Sofremos por amor.
Sofremos por amar alguém.
Sofremos porque amamos fora do tempo.
Sofremos porque não podemos (deveríamos) amar o objecto do nosso amor.
Sofremos, até, por alguém que nos ama e não conseguimos corresponder.
Era tudo tão mais simples se pudéssemos amar quem queremos quando queremos.
As dores no peito, os apertos no estômago que parecem dar nós. Dores e apertos que nos fazem dobrar sobre nós próprios. Enroscar-nos como ouriços. Lavar a cara com as próprias lágrimas. Calar ou simplesmente gritar os soluços do choro, que nos entope as narinas e nos faz ouvir em eco.
Aprisionamos palavras com medo de ferir, de afugentar. Ficam entaladas entre o coração e a garganta. Sofucamos.
Relembramos sonhos, os nossos, os dos outros e os de ambos. Marterizamo-nos com porquês e mas. Às vezes gritamos, deitamos cá para fora tudo o que nos vai na alma. Mas muito do que está no coração fica lá. Não há palavras suficientes, apenas os poetas conseguem chegar mais perto, mesmo assim ficam aquém.
Só quem sofre de amor ou por amor tem verdadeira noção. A dor é quase insuportável, é desumana. Como é que um sentimento tão nobre e verdadeiro pode causar tantos estragos.
São feridas que se abrem, umas talvez tenham cura, mas mesmo essas mantêm a cicatriz visível, por vezes até ao resto da vida. Mas essas são as feridas do coração, e as marcas da alma, desaparecerão um dia? Ou, se é verdade que a alma permanece para além da existência do corpo, irá permanecer com a marca desse sofrimento?
Meu coração
Sem direção
Voando só por voar
Sem saber onde chegar
Sonhando em te encontrar
E as estrelas
Que hoje eu descobri
No seu olhar
As estrelas vão me guiar
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração
Hoje eu sei
Eu te amei
No vento de um temporal
Mas fui mais
Muito além
Do tempo do vendaval
Nos desejos
Num beijo
Que eu jamais provei igual
E as estrelas dão um sinal
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez perdesse os sonhos
Dentro de mim
E vivesse na escuridão
Se eu não te amasse tanto assim
Talvez não visse flores
Por onde eu vim
Dentro do meu coração..
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