Caixa dos fios

26.2.10

verdades

Se me fizessem determinado tipo de perguntas, se eu respondesse com a verdadinha, ninguém acreditava.

25.2.10

facto do dia

A blogoesfera é muito pequena [demasiado pequena].


[era só isto]

mais dois fãs

Ontem em vez de um Mc Donalds comeram um H3. O T. diz que lhe faz lembrar a carne que comia nas férias do Alentejo e gostou, claro. Adorou o molho, as batatas e a limonada. O A. que é o esquisitinho da família comeu a metade do hamburguer que lhe calhou e gostou.

- Mamã, estes são muito melhores dos que o do McDonalds, mas de vez em quando tenho de comer um dos outros para me lembrar que estes são melhores. [T.]

24.2.10

evitar a dor

Habituei-me desde muito cedo a contar só comigo. É muito difícil andar a bater a portas e levar com portas na cara, doi. Não peço ajuda, desenrasco-me. Não me queixo, levanto-me. Não é uma questão de orgulho, é uma questão de sobrevivência, de dignidade. Não conto com os outros, perto ou longe, não conto, preciso estar a afundar-me para pôr um braço de fora a pedir socorro. Não gosto de dependências, não gosto de esperar que os outros possam/queiram/tenham disponibilidade. Quem está longe provavelmente não pode ajudar, quem está perto consegue ver e se quiser chega-se à frente. É isso que eu faço e, eu sei que não somos todos iguais e se eu me viro do avesso por alguém é um problema meu, não posso exigir que o façam por mim, não posso e não quero, talvez com medo do retorno que possa vir. Não gosto de criar expectativas, prefiro as surpresas e perante a incerteza perfiro a ignorância.
Claro que há quem não entenda este meu lado demasiado independente, mas não sei funcionar de outra forma. Acham-me desligada, orgulhosa, teimosa, cheia de mim, talvez, mas a verdade é que não sou e por vezes mordo-me toda para não esticar o braço até chegar à conclusão que tenho de o fazer senão a subida é muito mais difícil, dolorosa e qui çá as voltas e o tempo que demorarei até voltar à tona e conseguir voltar a respirar, o problema é que a dor de esticar o braço é ainda maior, porque quando estico o braço, para me verem tenho de o passar por lâminas afiadas que cortam e, nessa altura sangro.

21.2.10

da vida

E andamos nós sempre numa correria desenfreada por coisinhas de nada, ninharias, porque o supermercado está a fechar e apetece-nos fazer não sei o quê para o jantar ou, comprar apenas uma tablete de chocolate. Chateamo-nos porque deixamos que pessoas e coisas sem importância vital nos tire o sono, em vez de dormirmos descansados porque no dia seguinte afinal aquele drama já não passa de uma tragiocomédia e perdemos mais não sei quantas horas de sono, inutilmente, estupidamente. E nem o facto de saber que tenho a despensa cheia de pacotes de leite e enlatados, que a caixa de primeiros socorros está devidamente apetrechada, que as minhas lanternas têm pilhas, me deixam descansada quando sou acordada do sonho mais ou menos cor-de-rosa que é a minha vida, pelas imagens de tragédia que num ápice podem assolar qualquer um em vez de nos entrarem pela porta da sala para o mundo e, sentir o quão frágil é esta bolha que envolve a minha vida e a dos meus filhos e de todos os que me são queridos e, que num abrir e fechar de olhos para quem vê de fora e numa eternidade agonizadora para quem a vive ao vivo, tudo pode desmoronar. Como se não bastasse o filme de horror que se vive depois, depois ainda se tem de reconstruir ao mesmo tempo que se aplaca a dor, porque desaparecer não desaparece.

Tão frágeis que somos e, mais ainda, quando vivemos cheios de tudo com uma segurança que impomos a nós próprios tão longe da segurança que realmente precisamos.

20.2.10

sessão da noite

com agradecimento especial à Margarida

[GUN em fundo enquanto escrevo o post e o filme não começa]

17.2.10

turnos

Primeiro foi o mais velho, andava a modos que insuportável de parvo. "Típico da idade", dizem uns, "típico dos rapazes" dizem outros, "típico de má educação", digo eu! Lavagens cerebrais acompanhadas de castigos e alguns estalos que ficaram só na vontade [que horror, eu sei, mas a má criação era mais que muita e dá-me freniquitins a cada resposta torta]. Durante esse período, nalguns dias o mais novo também se transcendia, mas ainda assim parecia um anjinho ao pé do irmão. Como sou uma mãe chatacomócaraçasperitaemchantagememocionalelavagenscerebrais a coisa passou, passou de tal maneira que de repente tenho o mais velho a "condenar" atitudes do mais novo. Mas não se julgue que a paz se instalou aqui no palácio, não, claro que não, era bom demais. Tenho uma criança que de repente se transformou em cachorro, se não estivesse tanto frio acho que o ia passear à rua. Não é que o A. para não parar de jogar nintendo, ou psp, ou ps2 ou o raio que o parta faz chichi onde estiver? Ainda hoje, quando lhe ia vestir o pijama, dei com ele sentado muito sossegado na beira da cama de nintendo a mão, ao lado uma poça de chichi. Tão bom. Relembrei rapidamente os velhos tempos de ter um cachorro em casa. Resultado, balde e esfregona, um raspanete de todo o tamanho, castigo que não toca mais em jogos enquanto tiver deslizes [sim, eu sei, os deslizes são por causa do jogo por isso se não houver jogo não há deslizes] por isso vai amargar durante o resto da semana sem aparelhómetros de jogatana. Desata numa gritaria desgraçada quando se apercebe do castigo, sim porque o raspanete só fere o ego, mais castigo que hoje não há história para ninguém por causa da gritaria e tudo enfiado na cama num abrir e fechar de olhos.
Hoje pela primeira vez não se voltou a levantar depois de os deitar, não fosse eu cumprir a ameaça de acabar com a música para adormecer.

os gostos também se mudam



É oficial! Passei a gostar de chá.

15.2.10

já nem em casa me safo


E sem sair de casa [está frio, deram conta?] acabei de comprar [mais] umas botas em saldos.

[Tenho de passar a deixar o visa no carro!]

a propósito do frio

já bebi mais chá hoje do que num ano inteiro.

[não gosto de chá, mas está frio cumó raio e não dá jeito trabalhar de saquinho de água quente]

[prazeres]

ando para aqui a salivar pela sobremesa de ontem. Tenho de a repetir, rapidamente.

14.2.10

se pudesse ser diferente

Hoje seria um bom dia [este ou outro]. Seria um dia lembrado com alegria, como o início de algo, em vez disso é um dia lembrado com tristeza por ter sido o final de algo que mal se iniciou. Há presentes que não estamos preparados para receber [não queremos] e por isso despachamo-los na primeira oportunidade, sem pensar muito no assunto, porque o simples acto de pensar pode ser tão problemático que nós, cobardes, preferimos despachar a enfrentar e, sobretudo, aceitar o que nos é dado.
Hoje é um dia triste e nem o cor de rosa e vermelho com que se dá cor a tudo à nossa volta o consegue alegrar, do cheiro e do sabor doce de guloseimas que se partilham eu apenas sinto um amargo de boca. Talvez um dia limpe esta ferida com algodão-doce.

Gostar de cozinhar

Para os meus e para os que me são queridos. Cozinhar para alguém é um acto de carinho, claro que já servi muitas refeições compradas fora, porque o tempo era escasso ou porque a disposição de me entregar aos tachos era nenhuma. Mas gosto muito de cozinhar, com o cuidado de preparar mentalmente as compras, escolher os ingredientes certos e fechar-me [se tivesse portas] na cozinha durante horas se fosse preciso a preparar pratos deliciosos para serem degustados à mesa com uma boa conversa e regados com bom vinho. Gosto. O que eu não gosto é de cozinhar por obrigação, faço-o com muito esforço, chegar a casa e preparar à pressa qualquer coisa porque tenho jantares para servir é um tormento. Perfiro mil vezes ter de sair de casa enquanto as batatas estão ao lume e a carne está no forno, para ir à mercearia da esquina comprar aquele ingrediente que faz falta para experimentar uma nova sobremesa. Não, não há melhor do que a surpresa de provar algo novo que é delicioso e que rapidamente entra no rol de pratos ou sobremesas que faço de cabeça e que deixa sempre os convivas deliciados.

Agradeço à Nigella e ao Olivier as maravilhosas receitas que vou tendo o prazer de experimentar e com que delicio os meus amigos.

[A famosa receita da salada de espinafres com morangos não faço a mínima ideia a quem agradecer.]


11.2.10

perdas

sou pelos direitos

ano novo

Se para uns hoje é segunda-feira [-boa semana M!], para mim hoje é dia de ano-novo. E isto até pode parecer uma coisa sem sentido nenhum, mas não, para mim, faz todo o sentido.
Qualquer dia do ano é um bom dia para mudar, melhorar o que achamos estar mal, [menos bem, vá!] na nossa vida. Ando há demasiado tempo às cabeçadas comigo própria, culpa do pouco tempo que tenho, culpa minha pela forma como o aproveito.
Têm-me feito falta muitas horas de sono desperdiçadas, tantas vezes inutilmente. Estou cansada de acordar a esfofetear-me e a jurar "hoje deito-me cedo". Chega! Basta! Hoje é ano novo e começa uma nova vida e, irá mudar muito mais ao longo do ano porque qualquer dia é bom para o fazer. Adiei tempo demais o que já devia ter feito há muito, perdi tempo demais a pregar que tinha de mudar, chegou a hora e como eu costumo dizer, só custa ao princípio, mas no dia seguinte vai ser muito melhor.
A minha sanidade mental agradece, tenho sido demasiado pressionada, têm puxado demais, estiquei demais e quando achava que alguém me podia dar uma folga na pressão tenho ainda mais um puxão que não esperava.
Novos hábitos há muito pensados me esperam, quando estiverem bem interiorizados há que passar à fase seguinte e começar mais uma ano-novo.
Hoje é ano novo!

egocentrismos

[ao telefone]

- Eu senti!
- Tu sem mim o quê?

best friends I

é aquele que depois de um dia muito merdoso e de uma noite enfiada no sofá numa neura descomunal que tentei, sem sucesso, apaziguar com uma tentativa, também ela falhada de organizar as centenas de fotos que tenho enfiadas no pc, me faz chorar de tanto rir.

Com amigos assim, ninguém precisa de Baby Blues.

Obrigada André!

9.2.10

2.2.10

mais sol [em Lisboa]

Dou uma vista de olhos pelos meus fios de estimação e dou de caras com o post da princesa e de repente tenho uma vontade enorme de largar tudo, e passar o dia a apanhar sol e sentir o pulsar de Lisboa.

foto: olhares

[sim, também tenho saudades de morar na cidade]

1.2.10

a esperança não é verde, é da cor dos dias com sol

foto: Olhares

E basta-me um dia de sol e céu azul para me sentir viva. Por muito entalada que esteja há luz, há sol, há azul e eu mudo, por dentro e reflete-se por fora.
Há muito que sei que a cor dos dias tem uma forte influência no meu bem ou mal-estar. O meu humor muda, não com o avançar das horas mas de acordo com a palete do céu.
Com dias de sol fico renovada, de baterias carregadas, sou eu.