Caixa dos fios

31.12.08

Este foi o ano

em que me encontrei por entre o emaranhado onde me escondia, em que fiz novos amigos para a vida, em que me libertei de tudo quanto me amarrava, em que aprendi a amar e a ser amada, em que me perdoei e aceitei.

29.12.08

Saber esperar [rápido!]

Quando quero alguma coisa, quero já, detesto esperar. Eu até vejo vantagens na preparação de algo, a sério que sim, mas a parte de esperar que o forno faça o servicinho enquanto eu fico ali do lado de fora a espreitar por entre o vidro e vou contando as marcas de assados anteriores irrita-me. Não consigo ter calma. Não na espera. Não consigo esperar por fermentações, fervuras e tostadelas. Gosto de micro-ondas, de chaleiras eléctricas, de placas vitrocerâmicas, de máquinas de café expresso. Gosto, põe-se a capsula e já está, não há esperas. Grávida 9 meses? Que horror! Eu queria um filho, não uma gravidez. Custaram-me muito, contava não apenas as semanas, mas os dias, desde o primeiro, um suplício com a duração de 40 semanas certinhas [x2]. As contagens decrescentes deixam-me ansiosa, mesmo sabendo quanto tempo falta. Fazer contagens decrescentes sem saber em que número vou assusta-me e, eu não gosto de mim assustada. Não raciocino, ou raciocino demais, o que nem sempre é positivo para o que se tenta alcançar. Tenho medo das contagens decrescentes, quando sei em que número vai e quanto falta para lá chegar, algures entra-se no sprint final e, é aqui que se define quem passa a meta ou quem perde as forças. A expectativa corrói-me. Nunca desisto de nada em que acredito, mas confesso que a ideia de fingir que não estou a participar, ignorar que existem apoiantes a torcer por mim, uma meta e um lugar no pódio à espera, por vezes me parece demasiado tentadora [se eu parasse de correr, assobiasse para o lado e cruzasse a meta como se não fosse nada comigo era tão mais fácil, afinal não sei quanto tempo falta para a meta].

afinal há coisas boas

Juro!

de uma forma ou de outra

2009 vai ser o meu ano!

25.12.08

fotossinteses

Deixemo-nos de merdas. A vida é feita de trocas. Recebemos oxigénio, em troca libertamos dióxido de carbono. As plantinhas [as mesmas que pisamos quando estão no caminho] recebem o nosso dióxido de carbono e fornecem-nos oxigénio. Não há volta a dar. Damos, porque esperamos algo em troca. Ninguém gosta que nos telefonem a contar um churrilho de tretas, de probleminhas alheios se antes de desligar nem nos pergunta como estamos. Ninguém gosta de ter de despir o casaco para abrigar alguém com mais frio do que nós se quando chegar a nossa vez de bater os dentes não nos abrigarem. Não se beija alguém à espera de não ser beijado. Não se estende a mão à espera que não a agarrem. A vida é feita de trocas, é tão simples.

Gosto de histórias de amor [ Love actually]

Gosto da história do miúdo de 11 anos que acha que a vida dele vai acabar porque está apaixonado por uma miúda que vai mudar de continente [embora ela não saiba o que ele sente], que aprende a tocar bateria para a conquistar e derruba todas as barreiras só para se despedir dela.

Gosto da história do 1º Ministro que enceta um problema diplomático para defender a menina que lhe serve cafés no nº 10 de Downing Street, que só para a encontrar bate a todas as portas de um bairro e ainda tem de cantar [mal, por sinal] para alegrar três crianças da vizinhança e gramar com uma festa de Natal na escola da zona.

Gosto da história da colega de trabalho que está apaixonada pelo tipo mais giro do escritório à 2 anos e sete meses em segredo [apesar de toda a gente saber, menos ela que não sabia que toda a gente sabia]. Até que chega à parte da história em que " a vida é cheia de interrupções e complicações".

Gosto da história da emigrante portuguesa que se apaixona pelo patrão [apesar de não perceberem uma palavra do que o outro diz e por isso mesmo ele até aprende a língua dela e descobre-se mais tarde que ela também aprendeu a dele]. Gosto especialmente da parte em que ele vira as costas à família na véspera de Natal e vai ao encontro da emigrante [esta parte inclui viagem e tudo] só para a pedir em casamento que ela aceita.

Gosto da história do melhor amigo e padrinho que está perdida e secretamente apaixonado pela noiva e que só por ser Natal [" e no Natal diz-se a verdade"] faz uma figurinha verdadeiramente ridícula só para lhe dizer que ela é perfeita e desejar-lhe Feliz Natal.

Gosto da história do músico que dá voz à banda sonora e que passa o filme inteiro a denegrir o agente para acabar por lhe dizer que é com ele que quer passar a noite de Natal só porque ele é a pessoa que mais ama.

22.12.08

Se fosse tudo tão fácil como arrumar um armário

Abro as portas do armário. Irrita-me ter três peças de roupa estragada pelos fechos, uma por cada porta. Vou buscar uma chave de fendas e tiro parafuso por parafuso para, por fim, tirar os fechos que tantas mossas têm causado. Na última leva de estragos, foram umas calças [novas], uma camisa e um casaco de fato, chateava-me menos quando eram os botões das camisas e dos casacos de com quem já tive de partilhar um armário de três portas em que só uma era minha. Ver a minha roupa estragada irrita-me. Fechos tirados, acabou-se, agora o armário não fecha [e como me faz impressão portas e gavetas semi-abertas]. Olho para o interior do armário, a minha roupa pendurada [apenas a minha], consigo ver-me tirar tudo lá de dentro, consigo ver a roupa nos cabides pousada em cima da cama, as malas tiradas da prateleira de cima, os pijamas das gavetas, a roupa do ginásio que já não uso faz mais de um ano, a gaveta dos bikinis despejada também na cama. Depois, vejo-me a pegar em cada uma das peças, com olhar crítico e decidido coloco no armário o que serve, o que serve e ainda gosto, num outro monte, em cima da cama, a roupa que irá sair da minha vida e o monte com as três peças estragadas pelos fechos. No final em cima da cama só tenho estes dois. O que sai da minha vida porque já não me serve e não gosto e o que está estragado. Dentro do armário, cuidadosamente arrumado, tal como na minha vida, só lá está o que me serve e o que gosto. Fecho as portas do armário que já não me estragarão mais peça de roupa nenhuma, ficam mal fechadas, mas não estragam nada e viro costas satisfeita, apesar de não ter tirado a roupa toda, de não ter feito os dois montes, o que já não serve e o que está estragado, mas viro as costas sabendo que não foi hoje, porque estou demasiado cansada para labutas domésticas, será um dia destes, antes do novo ano, no meu armário e na minha vida.

Já me chamaram muita coisa

"És uma espécie de fada sininho apimentada..."

[se tivesse sido outra pessoa a dizer ficava com dúvidas se era um elogio]

21.12.08

e foi mais um

fim de semana cheio. Cheio de amigos, de crianças, de amigos dos amigos, de gente boa-onda, de conversa, de comida, de brincadeira, de fotos, de votos de Feliz Natal e de sol.

1ª Paixão

Acho que o A. hoje ficou apaixonado. Mesmo caído de sono só de ouvir o nome todo ele era sorrisos e brilho nos olhos. Começa cedo.

[Minha cara Amiga, cheira-me que pelo andar da carruagem ainda acabamos comadres]

19.12.08

Jackingcar

Enquanto se fala de apertar (ainda mais) o cinto e da crise e patatipatata, que já não há pachorra para ouvir esta gente... a empresa de leasing com quem o Banco de Portugal trabalha "obrigou" o Sr. Governador a trocar de carro. Sim, porque coitadinho, ele nem queria, afinal estamos de tanga e não podemos andar a trocar carros cujo preço base (note-se bem, base!!!) ronda os 66 mil euros. Mas obrigaram-no, foi tipo carjacking ao contrário, que é como quem diz jackingcar, agarraram no estropício, enfiaram-no dentro do carro novinho em folha e obrigaram-no a ir-se embora sob ameaças de morte.

(eu vou-me abster de fazer aqui uma lista de coisas muito mais importantes onde podiam gastar o mesmo valor)

Nesta altura, calha a todos

e eu não fui excepção. Hoje calhou-me a mim a festa de Natal do mais velho. Gramei com aquilo tudo para ouvir o meu filho dizer duas palavras (pelo menos estava vestido).
Quando era miúda fugia a sete pés da participação nestes espectáculos infantis. Não tinha pachorra para participar e não a adquiri com a idade para assistir.
Ainda não percebi qual é o encanto de estar sentada numa cadeira feita para seres com metade do meu tamanho durante uma hora enquanto as crianças desfilam envergonhadas em collants (eu também estaria se me pusessem à frente de algumas dezenas de estranhos naqueles preparos). Alguns míudos até podem achar graça à coisa, principalmente durante os ensaios em que só lá estão eles e as educadoras, mas quando colocados à frente duma plateia a coisa muda de figura (excepto, talvez o filho duma pessoa que eu conheço) e aí chega a vergonha, o embaraço e a distracção e lá se vão os textos tão minuciosamente decorados e nem as letras das canções que sabem de cor e salteado saem em condições. Até acho graça a coros infantis, mas minimamente afinados.
O T. não é grande fã de ser colocado nestas andanças e, eu sinceramente até agradeço que o poupem à vergonha de subir a um palco com música demasiado alta e com uma educadora estridente agarrada ao microfone.
Graças a Deus que na escola do mais novo só fazem uma festa no final do ano lectivo, posso sempre alegar que já estou de férias ou que vou passar o fim de semana fora. De qualquer maneira vou seguir o conselho de uma amiga e comprar um Ipod.

São tão bons

os regressos. Bem vinda a casa.

18.12.08

Crianças

Cresci rodeada de crianças, ou não fosse a minha mãe educadora de infância, apesar disso, nunca tive muito jeito para elas. À excepção dos filhos de pessoas que me dizem alguma coisa, não sou daquelas mulheres que acha muita graça às criancinhas alheias. Gosto de crianças e faz-me impressão qualquer espécie de maus-tratos ou abusos. Impressiona-me olhar para uma criança e vê-la com ar menos feliz, mesmo que seja uma coisa do momento.
Desde que me lembro que sonhei que um dia teria filhos. Nos meus sonhos, os meus filhos (três rapazes) seriam crianças desenrascadas, bem educadas e, especialmente, bem formadas e eu seria uma boa mãe. Nada de mais, portanto. Foi sempre o meu maior sonho, felizmente, realizei-o. Tenho dois filhos fantásticos que correspondem na perfeição aos meus sonhos (na maior parte das vezes superam-nos). Foram, ambos, os melhores presentes de Natal que alguma vez recebi.
Estou exausta.

Filmes da época

Podia ser uma Lei de Murphy

Há coisas que valem a pena, há coisas que não.

xaropes



Um frasco de heroína da Bayer. Entre 1890 a 1910 a heroína era divulgada como um substituto não viciante da morfina e remédio contra tosse para crianças.



hoje

é daqueles dias em que 24 horas é pouco, muito pouco...

17.12.08

Chico-espertos

Gosto de Chico-espertos, daqueles que continuam a acelerar estrada fora apesar das indicações de passagem de 3 faixas para duas. Gosto de Chico-espertos que aceleram ainda mais quando a faixa já terminou e se tentam meter "à cão", nem pisca, nem nada (que é para passarem despercebidos). Gosto de Chico-espertos que mesmo eu estando na minha faixa me atiram com o carro para cima. Gosto de Chico-espertos e por isso até lhe bati com o espelho só para não o deixar levar a dele à avante enquanto o atrasado mental falava ao telemóvel. Mas o que eu gostei mais (esta ainda não me tinha acontecido) foi Chico-esperto em vez de se ter resignado por não me ter conseguido papar (salvo seja) ter-me batido no carro quando já estava atrás de mim, concerteza na esperança que eu saisse do carro só para me conhecer. Gosto de Chico-espertos com ideias originais para engatar gaijas no trânsito. Azar! Eu prefiro os gajos que, mesmo vindo da faixa que acaba, sabem usar a manete dos piscas, fazem um sorrisinho de distraídos, a esses eu perdoo e não lhes chamo Chico-espertos. Inteligentes, sim. Devolvo o sorriso e deixo-os meter à minha frente.

(Não tivesse eu os putos no carro e ias ver o que era a luz da marcha atrás a acender!!!)

Não há volta a dar

sou uma pessoa sazonal. Funciono melhor no Verão do que no Inverno.

16.12.08

Vaca Mimosa

Desde a 19h30 da tarde já abri 3 pacotes de leite, não se aguenta!

What not to wear

Ontem ouvi umas colegas comentarem que a Oprah está com uma depressão porque não consegue emagrecer. No lugar dela começava por despedir o guarda-roupa, num breve zapping deparei-me com a Oprah com um vestido amarelo e com um casaco cor de laranja, tudo quase florescente, a minha sala que estava apenas com uma luz acesa, de repente parecia que me tinha entrado um holofote através da televisão. Não há-de a mulher andar deprimida...

eu até gosto

mas este ano já chega de Natal, pode ser?

14.12.08

é tão bom

finalmente poder dar uma cara de quem já conhecia há anos, mesmo sem conhecer.
Gostei muito!

Amo-te!

No meio de uma conversa muito séria com o T.

"- Eu quero que arranjes um namorado porque quero que sejas feliz!"

(das duas uma, ou o meu filho é apenas fruto da minha imaginação e não existe ou, não tem só 6 anos)

Caia Quem Caia

Há muito tempo que não gostava tanto de um programa!

13.12.08

coisas que só as mulheres percebem

Ser obrigada a sair de casa numa noite em que está um frio de rachar já é mau, piora se o destino for a urgência de um hospital (nada de grave, mas chato) valeu-me a alma caridosa que inventou os hospitais privados, mas ainda mais a alminha que contratou o rapazinho que teve de me acompanhar da recepção até ao local da consulta. Não só era simpático como giro-de-se-morrer, devemos ter andado por meio hospital até chegar ao destino, mas com um guia daqueles até lamentei ser tão perto.

há mulheres

que percebem de mulheres. Aqui

mais um mimo

para uma princesa.

Os jantares de Natal podem ser únicos

divertidos, em boa companhia, com boa conversa, com direito a fotos que quando as olhamos se cola um sorriso de satisfação na cara. Gostei mesmo muito.

deprimente

é o que é. Estar em frente à televisão a comer queijo com goiabada enquanto o Jamie Oliver me entretem a vista e me tira o doce sabor da goiabada com imagens de pratos de carne com aspecto absolutamente delicioso.

Dormir

está a chover a potes, o dia está cinzento (argh), estive a dormir desde as 20h30 de ontem até quase às 11 da manhã de hoje, seguidinho, apenas com interrupções breves para responder a sms's. Sono, já não tenho, mas uma vontade irresistível de me manter dentro de casa com o aquecimento ligado e mantinha nas pernas a abobrar no sofá.

Safa-se

"(...) Safa-se quem abre o coração, mesmo que lhe doa por marcas passadas. Quem aposta e acredita, por mais que se tenha enganado. Safa-se quem arrisca over and over again. Quem tem medo mas quem mais vontade que medo tem.


8.12.08

Memórias de um útero

Faz hoje 7 anos que foi concebido o T., dia 24 de Dezembro faz 3 anos que foi concebido o A.. Sempre quis ter 3 filhos, até ter engravidado do T., o A. foi desejado e planeado tal como o o irmão. Mas depois de uma segunda gravidez tão chata como a primeira desisti de ter mais filhos.
Esta noite sonhei que estava grávida de um Francisco.

Curiosidades do (nosso) Natal III

É frequente cá por casa fazerem-se limpezas aos brinquedos. Costumo fazê-las sempre com os miúdos. Arranjo 2 sacos, normalmente um bem grande e um de supermercado. No saco grande o T. deposita os brinquedos com que já não brinca e que são para dar, no saco de supermercado todos os brinquedos que estão partidos ou demasiado velhos para serem dados.
Estas limpezas são feitas ocasionalmente durante o ano, normalmente antes do Natal, fazemos uma mais arrasadora. Obviamente que estas limpezas são feitas com o intuito de podermos oferecer a quem tem menos algo que ainda esteja em boas condições de ser usado. Mais uma vez, é também uma forma dos meus filhos aprenderem a partilhar e a ajudar crianças mais desfavorecidas.O outro motivo por detrás da limpeza, é fazer com que eles nunca tenham brinquedos a mais fazendo com que valorizem os que têm.

Curiosidades do (nosso) Natal II

Todos os anos por esta altura costumo andar numa azáfama por causa dos Anjinhos de Natal do Exército de Salvação. Os Anjinhos são crianças de famílias muito necessitadas que o E.S. identifica, depois fazem uns cartões em forma de Anjo com o nome da criança a idade e o presente que a criança gostaria de receber no Natal e um fato de treino. O meu papel tem sido angariar "Pais Natal" para oferecer presentes a algumas destas crianças.
Quando o T. tinha 3 anos quis começar a ensinar-lhe o espírito da partilha e da solidariedade. É demasiado fácil e pouco esclarecedor para as crianças se me limitar a ir comprar qualquer coisa para uma criança e dizer ao T. que é para ele oferecer, ele não sentiria o lado da partilha. Para que ele sentisse o que é a solidariedade lembrei-me que teria de lhe sair do "pêlo", para tal criei uma tradição cá em casa para as crianças. Eles abrem os presentes (sem tirar das embalagens) e depois de todos abertos têm de escolher um para oferecer, assim, novinho, dentro da embalagem e tudo. Claro que no primeiro ano em que o fiz, o T. tinha 3 anos e foi uma birra descomunal, mas foi sol de pouca dura e agora ele próprio já o faz por sua própria iniciativa e tem o cuidado de nunca escolher um presente da loja dos trezentos porque diz que os meninos são pobrezinhos mas também têm direito a um presente em condições.
Assim , tendo ele que abdicar de um presente que lhe foi oferecido consegue perceber o que é de facto a solidariedade pelos mais desfavorecidos.
O A. também já o faz, só que é o irmão que escolhe e ele ainda não tem noção que aquele brinquedo desaparece com um objectivo. Para o ano lá virá a explicação.

7.12.08

Sem Palavras

- T. dou-te 1€ se fores calado até casa do pai
- Não quero!
- Dou-te 2€
- Não!
- Não? Porquê?
- Porque tu estás triste e se eu fôr calado tu pensas ainda mais no que te faz ficar triste e se eu falar muito tu pensas menos.
(Caramba!!!)
Fui calada o resto do caminho com uma matraca no banco traseiro.

GLUP

Tirada de uma miúda muito gira de 10 anos;
- Ana, o T é tão giro... - disse quase a suspirar - T. és muito giro, sabias? Se fosses mais velho andava contigo!
E eu engulo em seco, rodo os calcanhares e fujo dali.

We got to move it

Depois de uma manhã passada em casa a pôr ordem no que há muito pedia atenção, há tarde aproveitámos a ausência do ser massacrante e fomos para o cinema conforme prometido à várias semanas. Divertimo-nos com o filme e gostámos muito da companhia, apesar de ambos os seres mais novos terem encetado, cada um por seu motivo uma birra logo após o final da sessão. Mas a birra do T. passou mal percebeu que ia ter uma noite em cheio. E foi, em cheio. Cheio de gente boa onda, com boa conversa e muito, muito boa companhia.

5.12.08

Não podia estar mais de acordo

"os grunhos do home video"

...

Voar

"Quanto mais alto voamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar."

(Nietzsche)

isto não é um baby blog, mas eu tenho mesmo de escrever isto

O T. é um espectáculo!!!

Toma duche todos os dias sem supervisão e sem que seja preciso mandar.
Quando os deito, canta para o irmão adormecer.
Nunca faz birras para dormir.
Faz sempre os trabalhos de casa.
Joga os Cars na PS2 em vez do PES, só para fazer a vontade ao irmão.
Despacha-se sempre mais depressa às sextas feiras porque sabe que tenho uma reunião e que não me posso atrasar.
É super responsável com o irmão.
Nunca reclama por ser o último a sair do ATL quando sou eu a ir buscá-lo.
Está sempre pronto para os programas que preparo com eles.
Tem sempre uma palavra querida para mim.
Não bate no irmão, mesmo quando o ser massacrante o ataca à dentada.
Percebe tudo o que lhe explico.
Foi para uma escola onde não conhecia ninguém e hoje dá gosto ver como os miúdos o tratam.
Nunca me fazem queixas dele.
Aos fins de semana, brinca sossegado para não me acordar.
Tem a preocupação de fechar a porta do quarto com cuidado para não acordar o irmão

E, eu esqueço-me que ele (só) tem 6 anos...

4.12.08

ebbay

estou quase a abrir um leilão no ebbay para despachar um rim... (foda-se), entretanto vou aquecer outro saco de água quente e tomar mais umas drogas ineficazes (isso ou vou dormir a fazer o pino).

Ser mãe é bom (tem dias...)

Cenário: uma mãe desesperada com dores num rim arrasta-se com dificuldade do sofá para a cama com um saco de água quente colado às costas, passam duas horas do tempo limite de crianças-na-cama, o mais novo ainda está acordado e segue a mãe como se fosse uma sombra.
Neste cenário idílico, digo ao A. para ir para a cama dele, apago as luzes todas e deito-me. Claro que a criança (e não tenham peninha do desgraçadinho porque esse papel, nesta história é meu) ficou à porta do meu quarto a berrar enquanto eu rezo a todos os santinhos para que ele desista e vá para a cama dele (topei-o logo quando nasceu, este é manhoso, não lhe posso dar abébias). Não vai, fica ali a chorar, a puxar a tosse, a gritar mamããã, até à exaustão. Como é óbvio, não me comove e continua naquele pranto durante meia hora, aconchego o saco como posso (desgraçados dos vizinhos, rais parta a dor que não passa). Oiço-o ir até ao quarto dele e acho (precipitadamente) que desistiu, chega ao quarto e chora a chamar pela nana (a chucha). Começo a dizer mal da minha vidinha outra vez, viro-me para o outro lado na tentativa infrutífera de amenizar a dor (amanhã vou à procura do número e vou telefonar para um banco de orgãos e oferecer o rim a alguém que dele precise, juro!), enquanto isso o outro continua o lamento pela nana desaparecida (coitadinho do T., a dormir e o irmão ali a berrar, com sorte está mesmo ao lado da cabeceira dele para chamar a atenção). Oiço-lhe outra vez os passos, está na varanda dos brinquedos, vejo a luz acesa. (Boa, agora não só tenho que esperar que ele se deite, como tenho que esperar que adormeça para depois poder ir apagar a luz, tá bonito, tá). Apaga-se a luz. (O puto é esperto, foi à varanda à procura da chucha, encontrou-a e agora vai dormir). Engano, outra vez. Planta-se outra vez na minha porta aos gritos, mais duas voltas na cama (podia mesmo doar um rim em vida, está um bocadinho maltratado, mas funciona, acho que o aceitarão). Quinze longos minutos passados e o ser massacrante desiste e vai para a cama dele. Não fosse o órgão que se está a habilitar a entrar em lista de transplantes me doer comoocaneco e eu até me sentia aliviada.

Filmes

"(...) Eu queria um filme em que as personagens percebem logo que são o grande amor da vida um do outro e não se querem perder por nada deste mundo. Desejam-se deseperadamente e só fazem bem um ao outro. Aceitam-se com o pacote completo, lambem feridas e são felizes. É só isso. Um filme-de-amor feliz."

3.12.08

Ainda me consigo surpreender

com o meu sentido de timming perfeito para uma série de coisas que faço na vida. Chamem-me radical, precipitada, o que quiserem, mas o tempo dá-me sempre razão e depois fico assim, aliviada, como se tivesse tido uma purga depois de tomar um frasco de laxante.

Compras de Natal

Gosto de centros comerciais, de manhã e aos dias de semana, quando ainda estão vazios, quando as prateleiras ainda estão arrumadas, quando se circula livremente pelas lojas e corredores, quando me posso sentar a beber um cappuccino descansada. Gosto de fazer compras, gosto das compras de Natal sem pressas, gosto de fazer compras em boa companhia.

Starbucks

2,40 € por um cappuccino????????

2.12.08

Curiosidades do (nosso) Natal I

Já não me lembro muito bem da conversa (não ter um blogue em certas alturas dá nisto), mas numa das minhas conversas sobre o sr. de barbas brancas que desce pela chaminé e traz presentes, disse ao T. que ele vinha cansado e com fome, a partir desse ano (já lá vão três), na véspera de Natal o T. faz-me preparar um copo de leite (sem Nesquick, mamã, que o Pai Natal está um bocadinho gordo!!) e deixa o copo na mesa junto da lareira acompanhado de um pratinho com bolachas Maria, para que o Pai Natal recupere as forças. Escusado será explicar quem bebe o leite e quem devora as bolachas, no dia seguinte a primeira coisa que faz (sim, mesmo antes de olhar para a árvore é ver se o copo está vazio e se as bolachas foram comidas, sempre!!!). Há dois anos atrás lembrou-se que também tínhamos de deixar cenouras para as renas (não, estas não as como, voltam para o frigorífico!). Só rezo aos santinhos todos que ele não se lembre de querer deixar alguma coisa para o Pai Natal levar para os duendes.

Deve ser das pintas

o A. descobriu que tenho um sinal na cara, está fascinado (deve achar que tenho varicela como ele), não pára de me tentar tocar no sinal, como está localizado perto do olho, não tarda nada vai acabar mal.

Não me parece nada bem


Sempre quis aprender linguagem gestual. Sempre! Não, nunca lidei com surdos, mas da mesma maneira que quando me cruzo com algum estrageiro que me pede uma informação na rua, gostaria de lha dar o melhor possível, a linguagem gestual parece-me tão importante quanto qualquer língua estrangeira, ou mais.
Andei a pesquisar na net, onde poderia aprender e para meu espanto a Ass. Portuguesa de Surdos promove cursos durante o Verão, contra o pagamento de 100€. E é aqui que a porca torce o rabo, eu não pretendo aprender para ser intérprete ou ter um certificado de frequência do curso, mas conseguir comunicar com surdos. Eu só queria mesmo um curso básico... 100€????

1.12.08

conversas no carro

(Passado algum tempo de ter dito na brincadeira que estava a morrer e eu o ter repreendido com um "não se brinca com essas coisas".)

- Mamãã, porque é que não posso dizer a brincar que estou a morrer?
- T. tu sabes que um dia vais morrer, não sabes? Tu sabes que a mãe um dia vai morrer não sabes?
- Sei!
- E esse dia vai ser muito triste, não vai?
- Vai!
- Então, não podemos dizer essas coisas a brincar porque isso faz-nos pensar em dias tristes, boa?
- Boa!

(uffffaaaaa, saí-me cada pergunta mais cabeluda...)

Varicela II - a continuação

Afinal não foi só o mais novo que regressou, o mais velho também quis vir para casa antecipadamente. Foi muito bom sentir o A. agarrado a mim aos pulinhos carregadinho de saudades. Jantámos em casa da avó e das tias e no regresso a casa fomos ver as iluminações de Natal espalhadas por Lisboa. Iluminada ficou a carinha do A. que não parava de dizer mamã e apontar para as luzes. O T. também ficou contente, depois de um fim-de-semana encafuado em casa devido ao mau tempo, lá arranjou algo para contar amanhã na Escola. Amanhã vou buscá-lo mais cedo e vamos os três enfeitar a nossa árvore de Natal.

Apetecia-me

Não gosto de Inverno, nem de frio e muito menos de chuva, principalmente quando tenho que sair de casa. Dias como o de hoje, foram feitos para estar em casa com aquecimento ligado, a ouvir chover lá fora.
(E agora, eu tinha os infantes a cirandar pela casa e enfeitávamos a árvore de Natal e a lareira crepitava e cheirava a scones acabadinhos de fazer)
Apetecia-me...

Mapas de estradas

Eu sei que estamos na era digital, tecnológica ou, o raio que lhe queiram chamar. Gosto de pc's portáteis, de net móvel, de wireless, de telemóveis, de auriculares sem fios, enfim toda a panóplia que descomplique, mas no que toca a direcções, por favor, não me venham com Gps's, um bom mapa de estradas (para quem os sabe ler, como é o meu caso) é uma ajuda muito mais eficaz do que aquele aparelhómetro que nos manda seguir por uma estrada que já não existe e nos faz ir na direcção contrária da que a setinha na estrada indica.