Caixa dos fios

31.8.10

mais corte que costura

imagem: daqui

Eu até sou uma rapariguinha prendada, como diria a minha avó ou, não tivesse sido ela a ensinar-me muito do que sei hoje e, que muito boa gente acha desnecessário saber fazer. Com ela aprendi a fazer croché, tricot, a bordar, a coser à mão e à máquina. Tinha eu uns 6 anos quando, depois de muita insistência consegui que ela me sentasse à frente de uma Singer daquelas antigas com pés de ferro sem ser para eu fingir que estava a coser. Devo ter cosido torto muitos trapos para treinar, mas a verdade é que me lembro que algum tempo depois a costura até me corria bem e as bonecas da minha prima até tinha algumas roupas feitas por mim. Depois deixei-me de costuras, havia uma vida lá fora, horas para passar ao telefone, tardes inteiras a ver o Countdown, diários para escrever, músicas para ouvir com os olhos postos no tecto e, convenhamos que, há vinte anos atrás, não era bem visto pelos meus pares que alguém gostasse deste tipo de actividades [tão parvos que conseguimos ser na adolescência], mas a verdade é que mesmo que me estivesse a marimbar para o que os outros pensavam [sabedoria que só adquiri alguns anos mais tarde], a máquina também já não estava ali ao lado como na minha infância.
Há uns meses, a propósito de algo que já não me lembro, passou-me uma coisa pela cabeça e, depois de muito investigar neste mundo que é a net, lá encontrei uma máquina de costura. Encomenda feita, encomenda paga, encomenda entregue e, encomenda arrumada.
Pois que, hoje deu-me para desarrumar a encomenda e pôr as unhas na dita. Máquina montada à minha frente, linhas e agulhas a postos e vai de tentar num trapinho [tal como a avó ensinou]. Mal. Correu muito mal. A partir daqui a noite passou-se entre lições do youtube [que falta faz uma avó, senhores!] e num corropio de tira e põe linha e enfia agulha, tira e põe carreto e puxa a linha, experimenta no trapo, corta a linha, tudo em modo de pescadinha de rabo na boca. Até que resolvi apanhar o desperdício de linhas que já ia nesta mesa e desliguei a máquina. Eu que não sou menina de desistir, mas também sou inteligente para perceber que já entrei no labirinto do erro e não vou conseguir sair dele, um dia destes agarro na máquina e vou ter com quem sabe.
Nada como ter amigas ainda mais prendadas do que eu.

mais férias

E enquanto uns vão regressando, eu ando já a contar os dias para voltar a ir de férias.
Está quase...

não puxem por mim, a sério.


Primeiro apareceu a Nintendo cá em casa, o primeiro jogo: Super Mario Bros, ignorei. Apareceu o jogo do Ratatui para a PS2, giro que se farta, ignorei. Depois veio a PSP e uma pafernália de jogos, não acho grande piada à consola, ignorei-a logo à partida. Agora chegou a Wii e aqui, meus meninos, é bom que não me tentem. É que eu não sei se consigo ignorar a Wii com a mesma facilidade e se me apodero da consola já vos estou a ver sentadinhos no sofá a ver e olhem que não é o Wii sports que me pode tirar do modo ignorante, pode mesmo ser o Super Mario Galaxy é que ainda vocês não passavam de um sonho assim muito longínquo e já eu era viciada em Mario, por isso, não se ponham a puxar por mim que eu não respondo pelos meus actos.

eles chegaram cá a casa

O A. teve direito a presente de aniversário antecipado. Não vou estar com ele no dia de aniversário, por isso tanto faz dar-lhe antes como depois. Dei antes. Foi hoje, depois da consulta na pediatra que se despediu dele com um "até para o ano" [abençoado], fomos rapidamente comprar o presente de aniversário. Para casa trouxe, além de um grande sorriso nos lábios e de duas covinhas bem marcadas nas bochechas, o Woody, o Buzz, o Rex, o Slinky, a Jessie e o Bala. Um dia destes pode ser que apareçam ainda o Sr. Cabeça de Batata e a Srª cabeça de Batata, porque barbie já temos uma e se não temos Ken temos Action Man. Quer-me é parecer que se esta febre for igual à que o A. teve pelos Cars estou bem tramada. Assim para já, vou-me dedicar à bricolage e fazer um saco para arrumar os novos amigos porque cheira-me que estes vão andar de Pôncio para Pilatos com ele.

e hoje nasceu um surfista

Foto: Olhares

O T. hoje, depois de pedidos arrastados durante anos e não satisfeitos, mais uma vez pela minha falta de tempo, teve a primeira aula de surf. Ainda não falei com ele, também não é hoje que vou ver o entusiasmo estampado nos olhos dele porque vai ficar a dormir em casa do R. para ir amanhã a nova aula, mas como mãe que conhece o filho que sou, aposto tudo e mais um par de botas que acabou o meu sossego, o próximo passo vai ser pedinchar-me mais umas aulas, falar do que fez sem parar, mesmo que tenham passado meses desde estas aulas e por fim virá o pedido que melhor se adivinha [eu pelo menos adivinho]: uma prancha e um fato.

30.8.10

dos sonhos


Podia sonhar que me saía o euromilhões, às vezes até penso nisso, mas os meus sonhos são outros e até nem precisava de tanto, até porque acho sempre que muito dinheiro só traz chatice e rapidamente atrai um arrastão de gente interesseira que paira à volta de quem cheira a dinheiro e eu de oportunistas quero é distância.
Os meus sonhos são simples, uma casa suficientemente grande para as crianças terem espaço, um jardim para o cão e para jogos de bola, uma horta de ervas para os meus pratos e se não fosse pedir muito, uma piscina para os saltos mortais do T. e daqui a uns anos do A. também. Na conta bancária bastava-me o que me permitisse viver sem sobressaltos de monta. E, como o dinheiro não cai do céu, um trabalho [podia ser em modo freelancer] desde que tivesse tempo para ser mais mãe. Tempo para fazer bolos, para a natação e para a capoeira, para o surf no verão, para uma ida ao parque ou à praia antes dos banhos e dos tpc's, para jantares a horas decentes e idas para a cama sem stresses.
Nada de mais, tudo o resto é acessório, por isso até deixo o euromilhões para quem sonha com o cheiro do dinheiro eu contento-me com uma casa cheia a cheirar a bolos.

amar no meio do mar [post dedicado]

Lover's Island

"alpendrar"

29.8.10

a vida pode ter a cor dos nossos sonhos V



8 anos

Continuas a supreender-me com o teu sentido de justiça. Nada nem ninguém te é indiferente. És voltado para o mundo e não apenas para o que te rodeia. Temo muitas vezes pelas desilusões que vais ter, pelas injustiças que vais ver e de que vais ser alvo, mas também sei que a tua sensibilidade e o teu sentido de justiça fazem de ti uma ainda criança incrível e te transformará num adulto fora de série.
É um privilégio para mim ser tua mãe, guiar-te, educar-te, mimar-te e assistir dos bastidores ao crescimento de um ser humano como tu.


27.8.10

quase quase


fim de semana de casa cheia. De pés na areia. De mergulhos no mar. De surpresas. De brincadeira. De Parabéns a você. De bolo. De velas. De presentes. De muito mimo.
Este fim de semana o T. é rei.

percorso illuminato

25.8.10

se bastasse una canzone

Eros Ramazzotti

Dolce & Gabbana

Stefano Gabbana & Domenico Dolce

Ducati

Milano

Prada

Sicilia


vira o disco e durmo o mesmo

todas as noites penso e digo o mesmo; Que não pode ser, que tenho de me deitar mais cedo, que de amanhã não passa. De manhã acordo cheia de sono, com uma vontade quase incontrolável de desligar o alarme de vez e dormir, dormir, dormir... Mas tenho responsabilidades e à última lá me levanto. Arranjo-me a mim e aos miúdos em tempo recorda e saio disparada de casa, mas a verdade é que neste período de tempo culpabilizo-me e juro a mim mesma que logo é que é, que vou chegar a casa e fazer tudo num ápice e que mal os miúdos se deitem vou para a cama também. Tretas. Não vou. E todos os dias é a mesma ladainha. E eu preciso tanto de dormir.

constatações inúteis


Independentemente do número de pessoas em casa, do tamanho dos rolos, das vezes que é utilizado ou das horas a que eu utilize, calha-me sempre a mim trocar o rolo de papel higiénico.

atentados

Ele é o "prontos", o "amanda", o "portantos", o "treuze", o "tem a haver" [não estado a falar de pagamentos] e tantas outras igualmente más ou piores, que de tanto serem repetidas por toda a gente quase se tornam num dialecto paralelo. Que o "povão" fale mal, já é mau, mas é natural, dirão alguns, para mim não é natural que existam atentados destes à lingua de Camões. Num país onde existem erros de ortografia em livros e na imprensa, provavelmente estarei a ser picuinhas, mas tiram-me do sério. Piora ainda mais, ouvir ou ler barbaridades deste calibre em publicidade faz-me assim uma espécie de "tilt", daqueles que desligam a máquina e tudo. Afinal a publicidade pretende e atinge milhões de pessoas e, para mim, tem uma responsabilidade enorme. Se a Nestea consegue ter a "brilhante" ideia de publicitar um apelo para que o "mudasti" seja incluído no dicionário de Língua Portuguesa [que tamanho disparate até me causa urticária], mas a verdade é que o "mudasti" veio e "instalasti" na linguagem de tanta gente, mesmo que essas mesmas pessoas já não saibam se o "musdasti" é da Nestea, do Ice Tea ou de outro "ti" qualquer [juro que não entendo a eficácia desta campanha em que inserem uma nova palavra mas já ninguém sabe quem a inventou e até ver pode ter sido o concorrente mais directo].
Agora temos a Heinz que com alguma sorte vai transformar, [ainda mais] molhos em "mólhos". O grave da questão é que o "mudasti" é propositado, os "mólhos" da Heinz não e, o dito anúncio passou por um número considerável de pessoas até chegar ao consumidor e ninguém conseguiu ouvir "mólhos" e perceber que está errado, afinal estamos a falar de ketchup e não de brócolos.

toscana

surpresas


O facto de saber exactamente o que oferecer ao T. de presente de aniversário e saber que vai ficar doido de contente [os outros também], deixa-me ansiosa que chegue o momento de o ver desembrulhá-lo.

Disco Volante

Alfa Romeu Disco Volante

dolce gusto

tiramisu

onnipotente


Silvio Berlusconi

24.8.10

carabinieri

Michelangelo

A criação: O sol e a lua [1511]

la macchina


Ferrari Dino

il tenore

Alla Margherita

Primeiro era chamada de "piscea" e lembrava o pão Sírio [pita].
A tranformação de piscea em pizza deveu-se a Don Rafaelle Espósito, proprietário de uma famosa pizzaria de Nápole, a Pietro il Pizzaiolo. No Verão de 1889, cozinhou no palácio Capodimonte que albergava suas magestades o rei Humberto I e a rainha Margherita de Sabóia, que estavam em visita à Cidade. O pizeiro prestou homenagem à rainha e cozinhou uma pizza com as cores da bandeira italiana - muzzarela, tomate e mangericão. Sua alteza real, a Rainha Margherita gostou tanto da pizza que Don rafaelle a batizou com o seu nome; Pizza Alla Margherita.

incanto

Sofia Loren

anima di un campione

Alessandro Zanardi

Um exemplo de coragem e persistência.
Depois de lhe serem amputadas as duas perna abaixo do joelho, após um violento acidente em 2001, voltou a acelerar. Pilotando carros adaptados à sua condição, chegou a voltar a pilotar um F1. Entre 2005 e 2009 venceu 3 corridas do campeonato de turismo e em 2010 venceu a maratona paraolímpica de Roma.

cioccolato & nocciole

parlando di Rossi

Sergio Rossi

il doctore

Valentino Rossi

una vergine a Venezia

Francia Italia vince

Carla Bruni

capuccina

Monica Bellucci

23.8.10

memórias


É estranho [no mínimo] googlar ao acaso [quase ao acaso, vá] e encontrar uma imagem do que fez parte do nosso passado. Aqui, à minha frente, uma imagem. Apenas uma imagem, que desencandeia um turbilhão de memórias de infância felizes.
O percorrer dos campos com o Sr. A., as botas metidas dentro das galochas, sentir as ervas molhadas da humidade de noite, o dia a nascer devagarinho, os cães a correr à nossa volta.
A água que vinha da presa, fresca e límpida, que fazia tão bem aos rins do meu avô. As lavadeiras ajoelhadas nas pedras de granito dos regos. As mulheres da lavoura com os cestos da vindima. O milho espalhado na eira. A comida do pessoal do campo. Os refrescos de café. O vinho morangueiro. O depenar das galinhas. Lavar a jaula do cão à mangueirada. O lagar da jeropiga. O gato atrás de mim, sempre atrás de mim. O cão Minho, um Pastor Alemão. O cão Leão, um Castro Laboreiro. Os gansos que não me mordiam. O meu carro vermelho de rodas amarelas para ir às amoras. O assalto aos morangueiros. Debulhar o milho. Trepar à pereira. Rebolar no coradouro. Ter um sítio secreto protegido de intrusos junto à colmeia. As cobras que encontrávamos pelo caminho. Apanhar grilos. Os pintainhos amarelos. Aprisionar escaravelhos. Os relógios a darem badaladas, um a seguir ao outro. A roupa para a missa de domingo. As esfoladelas nos joelhos. Andar descalça por todo o lado. Os banhos no tanque. Os banhos na presa. Apanhar sol em cima da placa dos porcos. O vinho morangueiro aquecido com açúcar amarelo para curar a tosse convulsa [curou]. As farpas nos dedos. Os cães transformados em vacas que levávamos para o monte. Conduzir o carro das vacas. O leite acabado de mungir. Mostrar ao galo garnizé quem mandava no galinheiro. Adormecer dentro do carro das vacas no meio do campo ao sol. Comer marmelada feita pela Titi. Chupar azedas. Andar de mota do portão à garagem. Ter medo das protecções de ferro por cima das portas. Escapulir-me para a cama da Titi a meio da noite. Fugir da matança do porco para o mais longe que conseguia. Tremer ao ver as chamas na mata. Ser a protegida da aldeia. Levar comida ao velhinho da casa ao lado. Descobrir cantos e recantos da quinta. Andar de baloiço. Aprender a andar de bicicleta. Comer uvas morangueiras até ficar com dores de barriga. Fazer vinho. O fogão a lenha. A roupa branca estendida. A minha avó. A vista para o rio. Esconder-me na garagem dentro do carro da Titi e fingir que estava a conduzir. Ver nascer bezerros a meio da noite. Fazer bolos em formas de queques no fogão a lenha em miniatura. Mungir vacas. Apanhar figos quentes do sol e comê-los.
Eu entendi a minha mãe e o meu tio, os meus filhos nunca vão compreender o encanto das memórias que guardo das minhas férias de criança.

Alena da Gigi

Alena Seredova

Gigi di Torino


Gianlugi Buffon

o rato que veio de Roma

Gigio

"dormo"

local: Paraíso
Segundo a ferramenta de tradução do google: muito sono = dormo, em italiano. O que faz todo o sentido [se me deixassem era exactamente o que fazia], das duas uma ou a tradução está engatada ou os italianos estão muito à frente e não é só nos carros.


viva a invasão romana neste blog

Há uns dias atrás referi que o meu próximo carro ia ser um Fiat 500. Foi uma coisa, assim, do momento. A minha carrinha tinha pifado 15 dias após o fim da garantia [é de tirar qualquer um do sério, convenhamos] e num impulso a minha vontade foi empandeirá-la e trocá-la por um Fiat 500, o problema é que preciso de uma bagageira.
Mas, Deus é grande e, a minha carrinha está na oficina e eu troquei um carro do mesmo segmento por um Fiat 500 como carro de substituição.
Gosto de carros, gosto de conduzir, gosto de conduzir carros diferentes. Por 3 dias vou conduzir um Fiat 500 e não podia ter calhado em melhor altura.