Caixa dos fios

29.8.11

9 anos

Faz hoje 9 anos que te conheci, que te cheirei, que te envolvi nos braços e que te alimentei pela primeira vez. Estava à espera de sentir uma espécie de arrebatamento quando te vi pela primeira vez, não, a verdade é que não senti. Olhei para ti e, na minha cabeça, a única frase que apareceu foi : sou responsável por ti para sempre. O amor, esse foi crescendo de todas as vezes que olhei para ti, que te toquei. Já não me consegui separar de ti e dormiste as tuas duas primeiras noites deitado sobre o meu peito. Na primeira não preguei olho e passei-a, literalmente, a olhar para ti e a sentir-te. Já passaram 9 anos.
É verdade que o amor pelos filhos não se divide, multiplica-se, mas tu foste o meu primeiro grande amor, és o meu companheiro, talvez a única pessoa que consegue perceber os meus estados de espírito [mesmo quando te tento esconder alguns]. És enorme em tanta coisa e o meu amor por ti é ainda maior por seres quem e como és.
[Parabéns Meu Amor Maior.]

25.8.11

células estaminais



Quando os meus filhos nasceram optei por não contratar nenhuma empresa de preservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical, claro que esta opção, na altura, foi essencialmente de carácter financeiro. Dispender de mil e tal euros era algo que estava completamente fora das minhas possibilidades. Com a aproximação do nascimento do M., numa conversa com amigos, fui alertada para a existência de um banco público, a Lusocord. Procurei mais informações e cheguei à conclusão que era o melhor a fazer. Afinal a eventual utilização do sangue para uso próprio é como acertar no euromilhões. Por isso e uma vez que já existe um banco público em Portugal é para aqui que irá o sangue do cordão do M. que será utilizado por quem seja compatível e dele precise ou mesmo para investigação. Seguindo o conselho de quem sabe, talvez pegue nos 1200€ e compre certificados de aforro, o M. ficará mais satisfeito.


Alguns artigos encontrados na net:


Quanto à recolha do sangue: Segui as instruções dadas pela Lusocord para envio de informações, a Lusocord já me enviou o kit que irei levar para a maternidade e após a recolha só terei de contactar a transportadora para fazer chegar tudo ao CHN.
Simples, não é? E pode salvar vidas!

23.8.11

síndrome de ninho

Primeiro foi o quarto deles. Duas prateleiras arranjadas, uma estante de parede colocada, roupas que já não servem a um guardadas para o outro, brinquedos escolhidos e arrumados, armário arrumado de ponta a ponta e mais uma troca de sítio de duas das camas.
Depois foi o meu quarto. Tira roupas da cómoda que vai ser para o bebé, montar estante nova, colocar estante na parede, criar o espaço muda-fraldas, colocar berço e comprar um sofá individual para momentos mãe-bebé e pai-bebé.




Arrumados que estavam os quartos passei para o hall. Tantas alterações de móveis de um lado para o outro e mais tralha a entrar cá em casa impunha-se comprar mais espaço para arrumação. Felizmente tenho um ajudante voluntarioso e em duas horas eu e o T. montámos uma cómoda da Ikea. Mais gavetas, mais espaço, toca a trocar tralhas de um lado para o outro.
Depois deu-me a travadinha da cozinha, limpa de alto a baixo e com parte de um armário destinado à panóplia de coisas do novo residente que aí vem, esta secção também já está. Agora só me falta mesmo a sala, onde, felizmente, não há muito para inventar, mas tenho de resolver o que fazer à banqueta que há uns dias foi despejada do quarto e que agora está no meio da sala a mexer-me com os nervos.
Tirando as mudanças, a mala está feita, as coisas da criatura mais pequena estão todas tratadas e arrumadas, já me lancei na loucura de encher quer a despensa quer a arca congeladora com pirex e caixas com refeições .


Agora, só falta mesmo querer nascer, nós estamos prontos.

18.8.11

preparativos [sugestões agradecem-se]

Ando 'praqui às voltas a pensar em receitas simples para confeccionar e congelar para mais tarde descongelar e aquecer. Aproximam-se dias muito cheios e, diz-me a experiência, que a última coisa que me vai apetecer pensar é em almoços e jantares. O outro problema é que ando a engonhar com as compras do mês, logo: não cozinho porque ainda não fiz as compras [apesar de já ter duplicado o número de pirex cá em casa] e não faço as compras porque ainda não resolvi o que cozinhar, ou seja, uma verdadeira pescadinha de rabo na boca.


[Se alguém quiser deixar sugestões na caixinha ou enviar por email, be my guest, eu agradeço]

coisas que me recuso [mesmo] a entender

Eu, funcionária de uma empresa privada, que por um acaso até é daquelas que beneficia os seus funcionários com um seguro de saúde, sou obrigada, depois de consultar um médico privado e de pagar balúrdios por uma consulta, a usar o sistema nacional de saúde [e tirar a vez a alguém que de facto precise], para que um médico do SNS me assine um papel de baixa [sim, só assina um papel, depois de ler o papel que o médico privado lhe escreveu]. O lindo da história, é que se eu fosse funcionária do Estado, o meu médico particular, a quem pago um balúrdio por consulta passaria a baixa directamente.
Traduzindo a coisa... 'xa cá ber: Privado = Médico SNS, Estado = Médico privado
Tem toda a lógica, eu sei, mas eu não quero entendê-la.




[depois venham Ministros ou ex-Ministras com boquinhas merdosas que os portugueses abusam nas consultas do SNS e que não há médicos que cheguem e patatipatatapardaisaoninho].

17.8.11

deve ser das minhas raízes

A verdade é que adoro os bordados de Viana do Castelo. Infelizmente nas heranças nunca fui brindada com uma toalha de mesa colorida, o que tenho mesmo muita pena e quem sabe um dia destes me lance na loucura de comprar uma.
Outra das minhas paixões da zona é a loiça. Quando me casei, na lista de casamento, para escândalo de alguns, não incluí um serviço Vista Alegre, nem copos de cristal Atlantis, nem faqueiros Cutipol, cingi-me a coisas práticas, em parte porque tinha o básico [maravilhas de viver sozinha antes de casar] e por outro lado porque o que os outros gostam ou ambicionam não tem de ser necessariamente igual para mim. Talvez, também, um dia destes me lance na loucura de comprar o bendito serviço de loiça de Viana, de que tanto gosto e o use nos almoços no alpendre na casa de campo dos meus sonhos.

14.8.11

13.8.11

não sei se já disse...

mas não gosto de estar grávida e o tempo entre o estar e o deixar de estar já se encurtava, não?

ciclos

Antes de voltar a enterrar-me em fraldas, o A. [finalmente!] abandonou a fralda nocturna.

10.8.11

juro que não entendo

Eu, que até percebo o porquê de tatuar algo no corpo, que até tenho no total 6 tatuagens e rapidamente irei fazer a sétima, não entendo como consegue/pode uma mulher, no seu perfeito juízo, tatuar o que quer que seja escrito com caracteres árabes.


9.8.11

espantada

Continuo muito espantada com a "adoração" que o A., quase com 5 anos, tem pelo Harry Potter.


[isso e o fraquinho pela Hermione...]

eram só mais uns dias

À 9 anos, quando estava grávida do T. fui obrigada a comprar uma cadeira de praia porque a ciática não me dava tréguas. Desde essa altura que a usava. Além de ser muito cómoda durante a gravidez dava-me imenso jeito para ler na praia. Este ano morreu, caiu de velha e tive, com muita pena, de a deitar fora. Agora, além de estar grávida e me dar imenso jeito ter uma, estamos no final da temporada, pelo que não encontro nenhuma aceitável em lado nenhum.
Não deixa de ser irritante, porque na realidade só ia precisar que a minha tivesse durado mais uns diazinhos. Bah.

6.8.11

P de Portugal e de pissada

Hoje ao ver o Masterchef versão portuguesa concluí que Portugal é o país da pissada.
Depois de passar os olhos pelo Biggest loser versão americana e pela versão portuguesa já tinha desconfiado, mas como não segui nem uma versão nem outra não liguei. O Masterchef Austrália sigo sempre que posso, sigo e gosto. De todos os reality shows das várias nacionalidades que já passaram à frente destes olhinhos, não há como as versões australianas. Os australianos são educados, são polidos, não têm o exagero de show dos americanos e muito menos a má criação dos portugueses. Por cá gostamos de sobressair através da desgraça dos outros. Basta que alguém esteja numa posição de desvantagem [mesmo que em posições diferentes dentro do programa], para que outro "lhe salte em cima" com uma pissada à moda antiga [um dia destes ainda vemos alguém a levar uma sova de cinto]. Já vi muitos episódios do Masterchef Austrália, já vi os chefs darem raspanetes nos concorrentes, mas são tão softs em relação ao que estamos habituados a ver por cá que que acho que chamar-lhe raspanete é forte demais. Vejo os chefs a ajudarem e darem força aos candidatos, ao contrário, por cá gostam de baralhar, de retirar confiança, fazem comentários perfeitamente despropositados e muitos roçam a má-criação.
Do programa não gostei, mas o que gosto ainda menos é de saber que os modos usados nestes programas são os nossos e de facto são um espelho do que se passa no mundo cá fora, longe das câmaras. Vivemos no país em que, podendo, se trata o colega do lado com desrespeito, onde muitos chefes e patrões se sentem no direito de falar com os seus funcionários como se fossem crianças na escola ou, melhor, filhos desobedientes porque acho que já nem os professores tratam os seus alunos como algumas destas pessoas. Mas depois ficamos muito indignados [para não dizer lixados] quando vem alguém de fora dizer que somos assim ou assado, tal como qualquer pai ou mãe que se demitiu da responsabilidade de educar um filho e quando chamado à atenção ainda quer fazer crer aos outros que estão todos errados e que a criança fez muito bem em mandar a professora à merda.

um dia ainda vamos ter uma parede assim

foto: ohdeedoh

usar a imaginação

contagem decrescente

Muito em breve os fins de semana a dois passarão a fins de semana a três.

5.8.11

ansiedade

Faz meses que os meus filhos estão ansiosos pelo nascimento do irmão. Contam os meses que faltam. Dizem-me todos os dias "- Estou ansioso que o M. nasça". Falam dele como se já o conhecessem e até já combinaram partilha de tarefas.
Hoje nasceu o filho de uma amiga e ao verem as primeiras fotos acho que fiquei com uma pequena amostra da excitação que vai ser quando lhes tocar a eles.

4.8.11

sugestão ao Jardim Zoológico de Lisboa

E bilhetes mais baratos para famílias numerosas, não?

É que isto de levarmos os nossos miúdos a ver os vossos saícarocumoraio.

3.8.11

os meus fios estão cada vez mais presos

A propósito de uma conversa ao telefone, recordei-me dos tempos em que a blogoesfera me fez todo o sentido. Aliás, a bem da verdade, não só fez sentido como foi verdadeiramente importante na minha vida. Aqui, no fios, expurguei dores e pensamentos, lá, no Cabra diverti-me como em nenhum outro blogue. Ainda me lembro de na minha antiga casa, ter de fugir do escritório que era mesmo ao lado do quarto onde dormiam os meus filhos, para me ir desmanchar a rir à gargalhada para a cozinha. Foram tempos [muito] conturbados a nível pessoal e se a blogoesfera serviu para espairecer, não é menos verdade que aqui fiz amigos para a vida. Algumas das minhas amizades mais queridas nasceram a partir daqui. Pessoas de carne e osso com quem troquei comentários, emails, telefonemas [horas de telefonemas], que me deram guarida, com quem partilhei refeições e sobretudo com quem troquei ideias, desabafos, risos, gargalhadas e até lágrimas. Troquei e ainda troco. E se nem tudo são rosas na blogoesfera, posso orgulhar-me de nunca a ter levado demasiado a sério. Para mim, não passa de uma janela aberta que podemos escancarar mais ou menos, conforme a vontade e o discernimento de cada um. Já escrevi coisas que ao reler tempos depois me fazem pensar: "porra, fui eu que escrevi isto?", também já escrevi coisas que depois de reler sou assolada pelo síndrome de avestruz tal é o tamanho da palavra Totó que vejo escrita na minha testa. Enfim, cada um é para o que nasce...
Para quem me lê e chegou até aqui, este não é um post de despedida, não vou [mais uma vez] fechar o fios. Este é um post de desabafo, de partilha se quiserem. Têm sido muitas as vezes que tenho aberto a página nas novas mensagens; umas vezes começo a escrever e desisto a meio, outras as palavras parece que não descem do cérebro para os dedos, outras ainda porque não me apetece partilhar, não por ser mau ou bom, mas porque não me faz sentido nenhum ou porque [já] não tenho necessidade de expurgar tudo o que me passa na alma. Já pensei em criar um novo blogue, com outro nick até, mas era igual, aliás, não era. Não era porque apesar de não ter a minha identificação completa, o meu nick é apenas isso um nick. Claro que como a maioria das pessoas, dentro de mim vivem várias personalidades que se mostram consoante as circunstâncias, mas a essência é a mesma e a @na partilha dessa mesma essência.
Também pensei em mudar a linha editorial do fios [como se alguma vez tivesse tido algo a que se pudesse dar um nome tão pomposo], aproveitando a maré em que tenho nadado era fácil, fácil transformar isto num baby blog com direito a barrinhas fofinhas e tudo. Podia escrever textos sobre o peso que aumentei, sobre os pontapés da criança que habita dentro de mim. Nããã... não faz o meu género e acho que isso sim, seria a primeira cavadela na sepultura.
Só que depois tenho dias em que olho para o fios e vejo-o parado e vejo-me a mim com vontade de o pôr a mexer, nesses momentos começo a busca de algo para escrever [tenho saudades de ter o quê...] e não me aparece nada. Nunca me vi como alguém com criatividade para ter assunto todos os dias, ou vá, dia sim dia não, para não me esgotar, não sou uma pessoa dessas. Também não me apetece escrever tudo o quanto me acontece no passar dos dias, porque há coisas que não quero partilhar com o mundo e se me apetecer escrever sobre tudo então mais vale voltar uns anos atrás, passar na papelaria e comprar um livrinho em branco e escrever um diário. Não tem a ver com quem me lê ou deixa de ler, porque para isso, lá está, voltava à opção começar de novo com outro nick.
Depois de ponderar tudo o que sinto em relação ao que escrevo ou, neste caso, ao que deixo de escrever, cheguei à conclusão que, de facto, existe um tempo para tudo e não se pode voltar ao que se foi. Já lá vai o tempo em que me bastava ter um pensamento ou sentimentos a pairar e saía um post. Já não sou assim e o fios será o que tiver de ser.

2.8.11

2.8 tudo começa

Hoje tivemos uma matiné caseira de Harry Potter [versão dobrada, claro]e para minha surpresa a grande diferença do A. a ver Cars2 e a ver a Pedra Filosofal é que no primeiro ele nem abre a boca, no segundo repetiu várias vezes, com verdadeiro entusiasmo: "estou a adorar".


[já estou a ver qual vai ser a próxima panca cá de casa]