Caixa dos fios

28.8.08

não posso!


Comecei pela aventura, tive medo do erro que estava a cometer, mas achei-nos tão certos, tão perfeitos por entre as nossas imperfeições. Aprendi a aceitar, mas não chegou e decidi mudar. Procurar a forma, abrir caminho para o que viesse, para o que queria ter. Começas-te por me dizer, um dia quem sabe e eu comecei a sonhar com esse dia, sonhei sozinha e sonhámos juntos. Senti que faltava pouco quando vi sinais de mudança do teu lado mentalizei-me que teria de te dar espaço e tempo, que estas coisas não são de um dia para o outro que acontecem. E não, não acontecem de um dia para o outro nem me acontecem a mim. Mas de um dia para o outro disseste-me: “- Não posso!”
A frase ainda faz eco. “ – Não posso!”
Esse grande amor de uma vida, a paixão arrebatadora, as promessas de amor eterno, o encaixe que julgava perfeito.
De repente. “ – Não posso!”?
De repente, já não penso, não consigo fazê-lo. De repente, sinto apenas o o chão. Cai de muito alto. Cai da nuvem. Cai do planeta onde ficam guardados os sonhos e estatelei-me cá em baixo onde não estava ninguém para me dar a mão. Levantei-me, sacudi o pó e a muito custo sem perder tempo, continuei a caminhar, mas já não na tua direcção. Tu não podes, mas eu tenho de poder. Tu não mudas e eu tenho de aceitar. Eu mudo e tu não aceitas. Não sei se algum dia te arrependerás de não ter podido, eu provavelmente arrepender-me-ei de ter cedido.