31.5.09

[auto-ajuda]

As grandes decisões tomam-se sem se pensar muito nelas.
As grandes decisões tomam-se sem se pensar muito nelas.
As grandes decisões tomam-se sem se pensar muito nelas.
As grandes decisões tomam-se sem se pensar muito nelas.
As grandes decisões tomam-se sem se pensar muito nelas.
As grandes decisões tomam-se sem se pensar muito nelas.

29.5.09

negociações

[o T. põe o cd dos U2 na aparelhagem em decibéis elevados, o A. ri e guincha em decibéis também elevados]

- A., ou te calas ou tiro a música!
- nãooo...

[T. desliga a música]

- Cala-te!
- Nãooo...
- Vais-te calar?
- Nãooo....
- Já te calaste?
- Simmm...

[não se consegue ouvir mais nada a não ser U2]

no meio da ponte

28.5.09

amanhecer

Há dias que começam bem. Mais cedo, sem correrias, com tempo para muito mimo [para mimo tenho sempre tempo e quando não tenho, arranjo], sair de casa sem stress e sem birras, sem filas de trânsito. E chegar ao emprego e não estar ninguém, meia hora no sossego rende mais do que duas com telefones a tocar e colegas a chamar.
Gosto de começar o dia com calma, hoje foi o dia.

27.5.09

as palavras que nunca te direi

Pergunto-me muitas vezes se terás noção do teu tamanho. Pergunto-me se sabes a importância que tens. Pergunto-me muitas mais vezes porque raio não olhas em frente e não segues o teu caminho. Pergunto-me se cada passo que dás a olhar para trás não te irá, inevitavelmente, fazer cair. Podes cair, sabes? Podes mesmo magoar-te. Há quedas que são desnecessárias, sabes? Basta estares atento a olhar para a frente e parares de olhar para trás. "As desculpas não se pedem, evitam-se" e tenciono não desculpar, nem uma. Falhaste, falhaste onde não te podias atrever a falhar. Destrataste, pisaste, manipulaste, tudo o que pudeste, simplesmente porque não aguentaste perder. É uma fraqueza, não saber perder. Eu também não gosto de perder, mas sei quando deixar de ir a jogo. Achaste que era bluff e perdeste. Que feio, ao fim de tanto tempo achares que estava a fazer batota. Só quem tem má fé a consegue por nas atitudes dos outros. Fez-te confusão a frontalidade, a dureza das palavras, não esperavas. Deste tudo como adquirido, já não tinhas de te esforçar. Engano teu. O esforço tem de ser constante, mas isso tu nunca entenderás. Não se consegue entender os outros quando estamos ocupados a olhar para um espelho ao nível do umbigo. Lamento informar-te, mas perdeste por egoismo, por inércia, por cantares vitória antes do jogo terminar. Perdeste na altura e perdeste o pouco que te restava agora. Nem sementes deixaste para que um dia algo pudesse germinar. Perdeste e mataste tudo à tua volta, pela tua maldade, pela tua inveja, por tudo o que revelaste ser.
Eu? Eu ganhei! Eu sei como és, sei como pensas, sei como jogas, sei qual é a tua medida e a tua importância. Eu, não sendo nem parecida contigo, aprendi a topar-te. Eu topo-te, sabes? Podes continuar de ar cândido a enganar quem quiseres. A mim, nunca mais o farás. Simplesmente porque perdi toda a fé em ti.
Cheguei ao ponto em que queria, depois, destas palavras que nunca te direi, também nada mais me resta para dizer. Sequei.
Perdeste-te a ti , eu ganhei-me a mim
Game over.

saudades

a melhor do mundo

[deitado na minha cama enquanto espera pelo irmão]

- Mamã, és a melhor mãe do mundo!
- Sou?
- És! Não te trocava por mais mãe nenhuma. És a melhor de todas.
- Porquê, T.?
- Porque és muito querida e porque tratas muito bem de nós e porque nos dás muitos mimos e porque nos levas a muitos sítios e conhecemos muitas pessoas.
- Vocês são os melhores filhos do mundo e por isso têm de ter a melhor mãe do mundo.
- Gosto muito de ti mamã querida.
- E eu de ti meu amor.

26.5.09

Agradecimento à minha avó


Pelos valores que me incutiu. Pela educação que me deu. Pela sensibilidade que me transmitiu.
E, principalmente, por todo o chá que me fez beber em pequenina.

Se fosse viva fazia 99 anos. E a mim faz-me tanta falta.

as mãos dadas, como elas são

"Algum tempo antes de eu mesma sonhar que me iria separar, numa conversa sobre divórcios e poder paternal defendi afincadamente a minha posição.
Não acredito em paternidade quinzenal. Em casos normais pais e mães têm direitos e deveres iguais com e para com os seus filhos.
Lembro-me que na altura me tentaram fazer crer que eu estava a sonhar. Que a realidade não é assim. Que com os problemas do divórcio é difícil gerir sentimentos e as pessoas usam o que têm à mão e teceram-me mais um infindável rol de comportamentos que a meu ver não dignificam ninguém. Mas eu sou uma rapariguinha de ideias fixas e mantive a minha, meses depois, sou colocada, ou melhor, coloquei-me numa situação de separação pré-divórcio, lembro-me que desde o primeiro minuto, não me passou outra coisa pela cabeça que não o exercício do poder paternal conjunto. Não porque tivesse de mater uma posição defendida anteriormente, mas porque de facto é o que sinto. Os meus filhos precisam de ambos, não precisam de um vinte e tal dias por mês e o outro fica com os ossos. Não! Eu sou mãe, ele é pai, ambos precisamos dos nossos filhos e ambos os nossos filhos precisam dos dois. Com organização, respeito por todos e cedências de parte a parte, ganhamos todos.
As razões da separação não têm de afectar os nossos filhos. Podemos até não falar de mais nada, mas quando falamos sobre eles, não fazemos fretes, não o fazemos contrariados. Fazemos como sempre fizemos até ao dia D. Até este dia eu fui a mãe que ele escolheu para os filhos e ele foi o pai que eu escolhi. O casamento acaba, os filhos não!
Não concebo sequer a hipótese de utilizar um tom de voz mais agressivo. Porque o faria, se estou a falar dos meus filhos com alguém que lhes quer tanto bem como eu?
Nós não temos a rigidez dos dias fixos nem dos horários. Conversamos. Em vez das frases começarem por "No meu fim de semana..." começam geralmente por " Estava a pensar neste fim de semana..." E eu cedo, ele cede, ganhamos todos. Não há discussões, nem cobranças.
Provei a mim mesma que tinha razão, especialmente numa coisa, quando queremos muito que as coisas corram bem e as soubermos levar com diplomacia e paciência, a coisa vai. Também sei, obviamente, que toda esta teoria que apenas com intuição consegui colocar em prática, só é exequível se ambos forem pessoas bem formadas e pensarem ambos no bem de todos e não apenas no seu, que se não for partilhado é apenas um falso bem estar."

in fiossoltos 24 de Julho de 2008

Este post foi escrito à menos de um ano.
Na altura era o que sentia, aliás ainda sinto. Lamentavelmente a última frase é a mais verdadeira delas todas. O recalcamento o ressabianço provocado por uma separação que só um deseja faz com que tudo o que seja racional e lógico vá pelo ralo.
"Se queres conhecer verdadeiramente alguém, divorcia-te..." Infelizmente é tão verdade. Em prol de um orgulho ferido, da visão da mudança de vida que não se desejou, consegue-se mostrar o pior de cada um. Quando escrevi o post achei que o outro lado se portaria à altura e que o respeito por todos os envolvidos falaria mais alto. Não me podia ter enganado mais. Tudo serve de arma para ferir. Inocentes são metidos ao barulho, a descida do nível é vertiginosa, é a guerra do vale tudo.
Da minha parte e, apesar de tudo, mantenho a minha firmeza e convicção. Há armas que não se usam porque não são armas, quanto muito são bombas que ao serem manipuladas irão, com toda a certeza rebentar-nos na cara quando menos esperarmos. Ninguém é feliz à custa da infelicidade de outro. Vinganças? Sim são boas e servem-se frias, mas é a própria vida que se encarrega de vingar os prejudicados. Eu? Não mexo um dedo, "a vida resolve-se sozinha", mas até lá é comigo que tenho de viver e Deus me livre de olhar para o espelho e ter vergonha da imagem à minha frente.

25.5.09

ser livre

Gosto da liberdade que a minha vida me permite. Gosto de só ter de me preocupar com as coisinhas do dia-a-dia que tenham a ver comigo e com os meus filhos. Gosto de dormir sozinha. Gosto de não tropeçar em ninguém. Gosto de me poder deitar às horas que me apetecer, dormir no sofá se quiser ou poder enfiar uma das melgas na minha cama ou enfiar-me na deles. De meter uma lasanha congelada no forno e abrir uma garrafa de vinho. Do meu momento solitário à varanda a fumar um cigarro. Acender velas só para mim, porque também sou gente. De não ter de prestar contas a ninguém de onde fui, com quem estive. Se cheguei cedo, se cheguei tarde. Dar-me ao luxo de jantar uma caixa de gelado ou ir fazer uma massagem num Domingo às 8 da noite. Aceitar um convite de última hora para jantar numa esplanada na praia. Convidar apenas os meus amigos para virem cá a casa sem pensar em mais ninguém. Pegar no carro, meter-me à estrada e passar a ponte para encontrar amigas. Fazer um telefonema e pedir jantar à família de coração. Rumar a norte e pedir colo às origens. Poder sentir que nas férias, posso meter-me num avião e conhecer outras paragens sem negociações. Ouvir a música alto se me apetecer. Chorar, até, se quiser, sem explicar mas nem porquês. Mudar a decoração sem ter em conta os gostos de outra pessoa, alterar o sítio às coisas sem a preocupação de explicar onde está tudo. Menos roupa na corda, mais espaço no armário. Mimos de filhos só para a mãe. Mimos de mãe só para os filhos. É não me aborrecer por ter de esperar algo de alguém que não fez, alguém que não disse.

24.5.09

bónus

é ir jantar com amigas e ainda ter o marido de uma delas [giro por sinal] a lavar-me o carro.
[é do best!]

"What is that?"



A Cat partilhou este filme, vi e não resisti. Também a mim me vieram as lágrimas aos olhos.
[Parece ser tão mais fácil esquecer como fomos e ignorar o que nos pode esperar do que parar e abraçar.]

23.5.09

rewind

Um dia destes um amigo disse-me "- Andas a escrever pouco, gaja..." e, aquilo ficou-me a morder. Já não é o primeiro que me diz e, eu própria, sinto-o quando abro a caixa de mensagens e não me sai nada. Não tenho tido aquela sensação "isto dava um post". A verdade é que desde miúda que gosto de escrever. Tive a fase diário que passou a fase de folhas soltas depois de ter sido descoberto. Escrevi muita coisa que se perdeu com o tempo. Tudo, aliás, não guardei nada. Nem sempre gosto de me ler, e por isso [também] gosto que me leiam em voz alta o que escrevo. Talvez seja apenas uma aproximação de tentar perceber como os outros me lêem, mas gosto.
Há uns tempos atrás [não muito] fizeram-me um convite para escrever. Estremeci. -Eu??? Porquê eu? Pedi explicações e deram-mas. Senti-me nas nuvens. Alguém [a quem eu admiro a escrita] convidou-me para eu escrever. O tema não era fácil e não me senti à vontade nem para escrever, nem para dar a continuidade que era necessária. Com pena, recusei.

Hoje, e a propósito de tudo o que se tem passado e do que sinto em relação ao que escrevo, estive a reler muitas das coisas que escrevi na blogoesfera.
Outros tempos, outra escrita, outra vontade ou talvez, só e apenas, outra motivação. Mas a verdade é que tenho saudades, de no sossego do meu período zen de-crianças-a-dormir, me sentar com o pc à frente e deixar os dedos percorrerem o teclado. Tenho saudades da inspiração. Não estou cansada da blogoesfera, aprendi muito aqui, conheci pessoas, fiz amigos fantásticos e, aqui não perco o que escrevo, mas falta-me tempo e inspiração.
Hoje ao reler tanto do que escrevi, tive aquela sensação: -Porraaaaa... eu escrevi isto!
Quem os leu pode ou não ter gostado, eu própria gosto mais de uns do que outros, mais pela forma do que pelo conteúdo.
Já escrevi muito e tenho pena [muita mesmo] de não me sentir inspirada.
[há-de voltar, espero]

22.5.09

gostar de capicuas

curiosidades dos meus blogs:

- um tem 757 posts escritos desde à quase um ano
- outro tem 737 à ano e meio
- o partilhado com os amigos tem 99
- este tem 11

Conclusões:

2 são Boeings e não adianta negar, tenho uma panca com capicuas.

[ahhh... e hoje é dia 22 de Maio e a semana do ano é também a 22]

Adenda:

Visitante 313


[obrigada Mad]

17.5.09

Zappings

tive de parar e voltar um canal atrás... A figura da B.G. vestida de sereia dourada a subir ao palco enquanto abana as ancas... pamordeus!!!

[é tão triste a figura que às vezes temos de fazer para ganhar a vida...]

Surpresas

As surpresas podem ser boas ou amargas, ainda assim e não deixando de ser uma surpresa, podem ser espectáveis. Hoje, Domingo, final de mais um fim de semana em cheio, faço o balanço da última semana. Não o costumo fazer por sistema, mas quando os dias me trazem surpresas de sabor amargo, gosto de esmiuçar os acontecimentos para apurar responsabilidades e evitar cair os mesmos erros no futuro. No resultado do balanço vejo o quão verdadeiramente entalada está a minha vida e antevejo um futuro próximo [pelo menos] bastante duro. Mas do resultado do balanço também sobressaem outras surpresas, felizmente das boas. Um jantar inesperado na sexta, pode ser visto como bom auguro para o fim de semana, que o foi de facto. Nova surpresa no sábado ao fim do dia. Surpresa com S grande que me fez sentir menina que descobriu debaixo da árvore de Natal o seu pedido secreto. Gosto destas surpresas.
Domingo, à mesa, olho em volta, pessoas que conheci muito antes de ter conhecido, que entraram na minha vida muito antes de terem entrado, que me deixaram entrar nas suas vidas muito antes de eu ter batido à porta. Eu, que antes de tudo imaginava cada um exactamente assim, vivo a surpresa de não me ter enganado.

14.5.09

pode sempre piorar

Estaciono o carro em cima do passeio, quase junto à porta das descargas do Pingo Doce. Escorrem-me as lágrimas pela cara enquanto mentalmente digo mal da minha vida. Recordo outras alturas, sinto-me a ver o início de um filme que não gostei. As lágrimas continuam a correr enquanto olho pelo retrovisor. Um casal aproxima-se da entrada do supermercado com dois carrinhos de compras, continuo a observá-los tentando abstrair-me da dor, da raiva que sinto. Continuam a andar, cada um puxando o seu carro, vieram às compras, as prateleiras do supermercado para eles são os caixotes de lixo, que reviram em busca de alimentos deitados fora. Penso no meu congelador e frigorífico cheios de comida a estragar-se pela falta de luz. Se soubesse, se adivinhasse, tinha enfiado tudo dentro de sacos e tinha deixado ali ao lado, das prateleiras imundas onde procuram comida que colocam nos seus carrinhos. Olho para eles mais uma vez: - Vieram às compras.

13.5.09

Em nome da dor de corno


Dizem-se as maiores atuardas, farpas envenenadas que se enterram na carne dos visados. Inventam-se histórias que se espalham mais rápido que doenças em paises subdesenvolvidos. Minam-se sentimentos e deitam-se fora valores, que até então se defendiam em nome duma religião, como se de restos de comida estragada se tratasse. Disseca-se o alvo como rato ou sapo em aula de biologia.
Em nome dessa dor, a de corno, fere-se e mata-se de preferência com ferros em brasa. Em nome dessa dor, de corno, vasa tudo até se ficar disforme, oco, vazio, sem nada, dissecado, o próprio, o que sente a dor, a de corno.

12.5.09

Ele há dias


Todos os dias pego no meu barco, ponho-o cuidadosamente na água e começo a remar. Pelo caminho ajudo a subir a bordo quem precisa e vou remando, uns dias mais vazio, outros dias lotado, mas remo sempre com os olhos fixos no horizonte até um novo dia.
Hoje é daqueles dias que só pôr o barco na água é uma tarefa insuportável. É dia de ficar em terra. Não se avista nenhuma tempestade no horizonte, mas acordei sem forças para remar.
Deixo-me ficar em terra à espera que amanhã tenha as forças necessárias para voltar a pôr o barco na água, para ajudar a subir a bordo quem precisa e remar até outro dia. Hoje deixo-me ficar.

9.5.09

8.5.09

Fada do lar


Quem conhece o meu mundo sabe que sou organizada e arrumada. Nem sempre fui assim, ainda me lembro que quando vivia com a minha avó ninguém podia entrar no meu quarto e muito menos mexer nalguma coisa. Eu era organizada no meio do caos. Roupa por todo o lado, livros, papéis, sapatos, tudo espalhado, mas eu sabia sempre onde encontrar tudo. A minha avó enlouquecia com aquilo e recusava-se [abençoada] a entrar no meu quarto.
Poucos anos depois fui morar sozinha. A casa parecia um pardieiro. Velha, o chão de madeira todo manchado, a entrada da casa era a cozinha e a casa de banho ficava na varanda, eram umas águas furtadas perto da Graça, um nojo. Habituei-me, não só a ser arrumada, como a manter tudo arrumado. Daí a maníaca da limpeza e da arrumação foi um tirinho. Só à 3 anos atrás, quando estava grávida do A., é que me dei ao luxo de ter empregada, graças a uns discos na coluna que me dizem que não posso passar a ferro. Gosto de ter tudo arrumado e limpo à minha volta. Se chegar a casa e tiver a casa de pantanas a minha vontade é rodar nos calcanhares e voltar a sair. Mas a conjuntura não está para empregadas a dias e tive de dispensar a Rosinda, que tanta falta me faz. A minha casa é grande, mas felizmente não está atravancada de tarecos que dificultem as mal-fadadas tarefas domésticas. Ainda assim, não me parece grande programa, numa sexta-feira à noite andar a faxinar. Mas ou era na sexta ou durante o fim de semana. Prefiri despachar a coisa e passar o fim de semana de papo para o ar. Ahhh, mas logo que consiga, garanto que uma parte do meu ordenado vai servir para trazer a Rosinda de volta, aí vaí, vaí.

pena

- Porque é que o A. agora vai sempre para a tua cama e eu não?
- T., tens de ter paciência, o A. tem tido pesadelos durante a noite e acorda a chorar e a gritar. Quando estiver melhor tu depois dormes na cama da mãe.
- É??? Coitadinho... [não consigo descrever o ar de pena a olhar para o irmão]
- É, T., ele tem tido pesadelos.
- Eu também já tive um, mas era mais crescido. Coitadinho, ele é tão pequenino.

7.5.09

o bluff dos fortes


Foto: Olhares

Se olharmos para um gato, não nos parece grande ameaça, claro que pode morder ou arranhar, mas enquanto bicho não nos mete grande medo. Goste-se ou não de gatos, têm um ar inofensivo e são pequenos. Se olharmos para o mesmo gato quando se sente ameaçado, ele cresceu, o arrepiar do pêlo concede-lhe um aumento de tamanho considerável. Serve de arma, não para ataque, mas para defesa. Este fenómeno acontece com a maioria dos bichos, principalmente dos mais pequenos. Depois há outros que se camuflam, deitam venenos, etc., existe uma panóplia de fenómenos usados no reino animal. Nenhum deles é usado por vaidade ou só porque lhes apetece. Ninguém está a ver um rato a pensar, - olha a Dona Cobra, vou desfilar à frente dela de pêlo em pé para lhe pregar um susto", [dahhh, os ratos não são assim tão estúpidos]. Nada disto é usado para dar gozo.
No que toca ao reino dos Homens também são usados "fenómenos" destes. Geralmente quem se sabe mais forte que o opositor não precisa de se inflar todo para que o outro trema que nem varas verdes, basta-lhe saber que é mais forte. Por outro lado, também existem muitos que se acham menos fortes, porque por e simplesmente nunca tiveram de testar as suas forças, ou não estiveram para se dar ao trabalho.
Pessoalmente, acho que todos os que se olham ao espelho e vêm no seu reflexo a força que têm esquecem-se que essa força pode não ser assim tão grande. Há que ter em conta a força do outro. E tenho para mim, que dentro da imagem de um rato pode estar apenas um rato ou um verdadeiro Hércules. Por isso e pelo via das dúvidas sou sempre a favor de não menosprezar o inimigo, mas também posso sempre insuflar-me e ranger os dentes caso me sinta ameaçada. Se o inimigo for inteligente o suficiente [não é preciso ser muito] terá algum respeitinho e provavelmente não partirá para cima de mim tão à-vontadinha.
Lembro-me da minha gata com 2 meses, minúscula toda assanhada a fazer recuar um Serra da Estrela, claro que ele com um espirro a atirava em voo até à janela do prédio da frente, mas o cão era inteligente e achou por bem não menosprezar aquela coisa mínima que se insurgia não o deixando chegar perto.
A força das pessoas mede-se pela capacidade que têm para usar as armas de que necessitam para se defender em caso de ataque e não pela força bruta.

6.5.09

descobertas

Ontem, enquanto os meus ajudantes de arrumação de compras encaixavam pacotes de leite [aí de mim que lhes toque] na despensa como se fossem peças de Lego descobri que o A. já sabe contar até seis. Fiquei eu e o T. a olhar um para o outro enquanto o besnico ia contando os pacotes que ia entregar ao irmão.

5.5.09

Nasceu

para começar


[clicar na imagem para ir ao blog da Filipa]

um objecto de desejo.

Noites de mimo

O A. tem dormido comigo. Todas as noites, mesmo que adormeça na cama dele, acaba na minha. Não me importo. Até aos 18 meses o T. sempre dormiu no meio dos pais. Podem vir com teorias, mas a mim o que a experiência diz, é que mimo nunca é demais. Mas como dizia, o A. tem dormido comigo e, ontem, enquanto o enchia de mimos, beijinhos, festinhas e lhe dizia incansavelmente o quanto gosto dele, ao que ele respondia de pronto, "e do Ye" [o T.]. Durante estes momentos lembrei-me daquele ser tão pequenino, acabado de nascer, inchado por culpa do cordão umbilical à volta do pescoço, do ar de anão zangado ou de Mr. Magoo [nunca consegui perceber com qual era mais parecido], do choro durante duas horas até chegar o resultado de uma análise que fez com que o tirassem de perto de mim durante a espera. E ontem, tão crescido, mas tão pequenino, ali enroscado em mim, a sentir-lhe o cheiro a papa, as mãos pequeninas a fazerem-me festas no braço, as caretas do esforço do mimo quando me agarra como se quisesse voltar a viver dentro da minha barriga.
Não me quero esquecer nunca do que sinto nestes momentos. Nunca.

3.5.09

Dia da Mãe ou Dia do Mickey


Depois de dois dias de muita rua, muitos amigos chegou o dia do descanso. Mickeys de peluche comprados na loja Disney que o A. me andava a pedir incessantemente, videos de Mickeys e Donalds para uma tarde que se quer descontraída [logo que o A. termine com a birra].

1.5.09

15 anos

Lembro-me exactamente onde estava quando perguntei quem tinha ganho a corrida, lembro-me que me disseram que o Senna tinha tido um acidente "feio" e que ainda não se sabia como ele estava. Lembro-me de chegar a casa e ligar a televisão à espera de informações. Lembro-me de ver repetições e repetições do acidente. De todas as vezes arrepiei-me. Foi brutal na violência. Já ninguém fala da morte de Roland Ratzenberger, a morte do ídolo viria a tirá-lo das manchetes. A morte de Ratzenberger foi ignorada e a morte de Ayrton não foi evitada.
Tenho saudades de o ver ao volante dos F1, da sua perícia à chuva, do ar concentrado na pista, do olhar.
Já lá vão 15 anos.