Caixa dos fios

17.9.08

"vira o disco e toca o mesmo"

"Porque é tão raro um gaijo conseguir surpreender-nos? Não pode ser só falta de imaginação, nem falta de tomates, nem falta de sensibilidade e recuso-me terminantemente a pensar que é falta de massa cinzenta. Temo dedicar-me à investigação deste tema porque, provavelmente, vou chegar à conclusão que é um grande cocktail de todos estes factores! Ou então, como sempre digo, cada uma tem o que faz por merecer. Chegada a esta conclusão, volta-se o bico ao prego, e além de se virar contra nós, gaijas, vira-se principalmente contra mim que nunca conheci nenhum que me conseguisse surpreender. Não sei se as minhas expectativas são muito altas, se exijo demais, se sou uma eterna insatisfeita... Não acredito que o mal seja só meu, embora conheça vozes discordantes. Algumas amigas dizem que eu nunca vou conhecer um special one porque ele simplesmente não existe. Outras referem que o meu grau de exigência é perfeitamente legítimo (já não sei quem é mais minha amiga)! A verdade é que, por vezes, tenho uma suave sensação de surpresa, e aquilo que eu pensava ser um pedaço de granito, aos poucos mostra ser mais qualquer coisa. Não! Não são nunca diamantes, mas como não sou uma mulher de luxos, uma pedrita mais polida já me faz sorrir, embora não me traga a felicidade, claro está. Lembrei-me agora daqueles que quase bradam ao mundo a sua paixão, que nos dizem que sem nós não existem, que seremos para sempre as mulheres das suas vidas, e chegam a convencer tantas de nós que finalmente tínhamos visto a luz. Quando chega a hora da verdade, de mostrarem de que são realmente feitos, a desilusão repete-se. Ainda lutamos, choramos baba e ranho, temos dores indescritíveis, cansadas de saber o fim de uma história que teimamos ser diferente da anterior. Talvez um dia seja, e continuaremos a acreditar que sim, mas até lá vamos perdendo o encantamento, a esperança. Prosseguiremos a nossa viagem, muitas vezes entretidas com aqueles que nos fazem passar bons momentos e sabem rir. Chamo-lhes “eventuais”. Estão longe do sonho, mas eventualmente, lá passam por uma água marinha…Não são todos assim. Tenho amigos que me surpreendem quase diariamente pelos mais variados motivos, mas não faço, nem quero fazer, ideia de qual será a sua atitude no momento de nos demonstrarem porque razão um idiota qualquer se lembrou de os rotular como sendo o sexo forte!"

(Gaija do Norte)