esta história já me tinha sido contada por quem a escreveu e, apesar de diferente lembra-me uma "conversa" que tive com a dona de uma loja onde costumava ir. Estava eu grávida do A. (que não é o mesmo do relato, mas até podia ser) e a "senhora" que até tinha a loja cheia resolveu perguntar-me alto e bom som se eu já sabia o sexo da criança.
- Sei, é outro rapaz! - respondi-lhe
- Ahhh, coitadinha, só vai ter noras! - retorquiu em volume igualmente alto e num tom como se eu fosse portadora de uma desgraça.
Comentário infeliz ao qual prontamente respondi
- Ou genros! Nunca se sabe... já me consigo imaginar rainha no meio de tantos homens...
A "senhora" enfiou a viola no saco e a partir desse dia passou a olhar para mim com outros olhos e nunca mais me perguntou mais nada. Mas também não interessa, o que me interessava e continua a interessar é que os meus filhos sejam livres e corajosos o suficiente para perseguirem o que acharem melhor para eles e que nunca se sintam intimidados por pensamentos ou atitudes dos outros.
" Mamã, o importante é ser feliz"
E para mim é só isso que conta. Se a felicidade de um ou de ambos os meus filhos passar por ser homossexual ou sapateiro, seja. Para se ser respeitado têm primeiro de se respeitarem a eles próprios e, que raio de respeito teriam se não luatem pelo que acreditam?
Se estiverem bem, eu também estou. Infeliz ficava eu se soubesse que um filho meu andava a fazer mal a outras pessoas.