Hoje, ao final de mais de dois anos voltei a ver o berço branco. Lá estava ele, na sala junto aos sofás, tal qual como tantas vezes o tive. Continua com o seu ar de candura que sempre lhe reconheci e que durante muitos meses antes do meu filho mais velho nascer me fez sonhar com ele ali deitado. Foi neste mesmo berço que o T. dormiu até não caber, foi neste mesmo berço que o A. dormiu alternado o seu ar de anão zangado com o de anjinho. Este berço correu a minha casa, do quarto à sala, da sala ao escritório, onde eu estivesse, estava o berço.
Se há algo que me faça saltar à lembrança o nascimento dos meus filhos é o berço branco forrado a bordado inglês.
Hoje, serve de ninho a outro bebé pequenino, mais pequenino que qualquer um dos meus, mas também confesso que já não me consigo lembrar do quão pequeninos foram e a imagem dos meus filhos deitados naquele berço parece-me cada vez mais longínqua.
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