Caixa dos fios

27.10.10

de "amanelo" para amarelo

Não tenho escrito sobre os meus filhos, não tenho nenhuma razão para não o fazer e todas para fazê-lo, até porque daquelas coisinhas que vão acontecendo vão-se perdendo nas memórias que às tantas já não sei de quem foi a tirada ou que idade tinham e um pequeno registo ajuda sempre.
Não me lembro de alguma vez ter publicado acerca da forma como eles falavam, mais o A. do que o T., obviamente, dada a idade aquando dos meus primeiros passos na blogoesfera. Hoje, propositadamente escrevo sobre o "amanelo".
O A. sempre disse "amanelo" e "amanela". Estas são para mim, as palavras do A. que para a idade tem um vocabulário fantástico e uma dicção ainda melhor [sim, sim, eu sei, sou a mãe o que haveria de dizer? Mas é a verdade!], graças às correcções constantes da minha parte, graças à insistência incansável do T. que repete as silabas e as palavras inúmeras vezes até o irmão repetir bem ou, na maior parte dos casos o A. lhe dizer que não repete nem mais uma vez porque está farto.
Hoje quando cheguei ao colégio o A. veio a correr informar-me com o seu ar maior de felicidade que já sabia dizer amarelo e amarela. E eu fiquei encurralada entre o sentimento de mãe babada que o vê crescer e a mãe [só mãe] que o vê crescer e cujo tempo lhe passa por entre os dedos. Desde que o fui buscar que não me saía da cabeça -Ele já não diz amanela... e confesso que fiquei um bocadinho triste. Depois quando o estava a secar do banho e por causa de uma conversa com o irmão saiu-lhe o "tulabão". O T. caiu-lhe em cima com repetições de silabas até que o outro se fartou e lhe disse: "- Não repito mais." O T. ainda insistiu, mas não teve sorte e, desta vez, não me meti ao barulho, vou gozar o "tulabão" e os "tulabões" antes que se acabem.