Caixa dos fios

3.3.09

semelhanças passadas

Leio no blog da Margarida um post em que ela se refere à irmã: "Mata de um tiro só o que não lhe convém e não olha para trás. Apaga da memória e segue em frente."
E eu penso: - Porra!!! Eu também já fui assim.
E agora ficava bem eu escrever que ainda bem que já não sou, que as pessoas merecem segundas, terceiras e quartas oportunidades. E o que seria de nós se cortássemos, ou melhor, arrancássemos pela raiz tudo o que nos faz mal, nos retira o sorriso da cara, deitássemos fora e esquecessemos, porque poderíamos estar a virar costas a algo ou alguém verdadeiramente importante.
Pois ficava, ficava muito bem, mas a verdade é que tenho saudades da Ana que já fui. Porque era bem mais fácil bater com a porta ou sair porta fora sem olhar para trás, chegar a casa chorar baba e ranho e depois, como por magia, ir à casa de banho, lavar a cara, olhar-me ao espelho e seguir em frente. A verdade é que já fui mais forte, já fui mais inquebrável, resistente, mas baixei a guarda, amoleci, passei a acreditar em segundas, terceiras, quartas [sei lá, já lhes perdi a conta] oportunidades e lixei-me porque antes sofria umas horas, mas a verdade é que a coisa acabava ali, agora, esta Ana que substituiu a anterior passa a vida a lamber feridas e a treinar sorrisos que não lhe apetecem esboçar.