Caixa dos fios
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2011
(135)
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►
agosto
(25)
- 2.8 tudo começa
- os meus fios estão cada vez mais presos
- sugestão ao Jardim Zoológico de Lisboa
- ansiedade
- contagem decrescente
- usar a imaginação
- um dia ainda vamos ter uma parede assim
- P de Portugal e de pissada
- eram só mais uns dias
- espantada
- juro que não entendo
- ciclos
- não sei se já disse...
- constatação muito importante
- piroseiras que não entendo
- e porque este também é um blogue feminino
- deve ser das minhas raízes
- coisas que me recuso [mesmo] a entender
- preparativos [sugestões agradecem-se]
- enquanto a espera não termina
- este homem fascina-me
- síndrome de ninho
- células estaminais
- época balnear Verão 2011
- 9 anos
-
▼
outubro
(13)
- inércia s. f.1. Falta de movimento ou de actividad...
- aviso: este post pode, eventualmente, chocar as me...
- um mês de ti
- post-lembrete para não tornar a ir de cara ao chão
- Outono com cheiro de Verão
- acordar e sentir o coração derreter
- chegaram os Anjinhos de Natal
- apertar ainda mais
- Aqui o estaminé mais parece uma casa da aldeia na ...
- Esperança escreve-se a verde
- murro no estômago
- carapuças que me servem
- "Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um...
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►
agosto
(25)
31.10.11
27.10.11
carapuças que me servem
"Quando as pessoas crescem, se moldam e se formam num contexto adverso e de extrema solidão, tal não significa que tenham perdido a capacidade de dar, de se interessar ou cuidar dos outros. Significa, tão só e apenas, que aprenderam a não contar com os demais para o que quer que seja."
Roubado à Maria que mesmo do outro lado do mundo continua a escrever palavras sábias.
26.10.11
murro no estômago
Tenho por hábito lidar com os problemas de forma a que se resolvam sem baixas e sem que eu perca o sono. Se há coisa que tira o sono é falta de paz de espírito [vulgo consciência pesada] e para ter insónias já me basta a procura incessante que o meu cérebro faz para arranjar soluções para os problemas que vão surgindo. E, depois, eu até sou daquelas pessoas que não me ponho no caminho de ninguém, adepta fervorosa do Vive e deixa viver e também ajudo como posso quem precisa da minha ajuda, por isso acho que até já merecia um bocadinho de paz [e já agora sorte, também ajudava] em vez de levar um murro no estômago quando ainda estou a tentar perceber como me levanto.
[fartinha de filhos da puta, fartinha! Era mandá-los para Mercúrio, que como diz uma amiga minha, é o mais parecido com o inferno!]
25.10.11
20.10.11
Aqui o estaminé mais parece uma casa da aldeia na Páscoa, é um corropio de gente a entrar e a sair. Tudo à conta dos links que alminhas queridas da blogoesfera vão fazendo a divulgar a acção. Sim, desenganem-se, que por aqui não há tema que suscite tanta visita a não ser este. Por isso andava aqui a pensar que era bonito postar umas coisinhas sobre a acção, mas a verdade é que não tenho tempo. Entre dar assistência ao M., levar e buscar infantes mais velhos à escola, fazer almoços e jantares, estender e apanhar roupa, manter o espaço que habitamos arrumado e limpo e ainda responder a emails com pedidos de anjinhos, andar com um olho pela blogoesfera a agradecer os links das alminhas queridas, andar com o outro olho na página dos anjinhos no FB... lamento mas não dá para tudo. Não tenho cabeça [e já nem costas] para estar mais tempo sentada a escrever, por isso não me levem a mal, quando a coisa acalmar eu escrevo, para já fica o link para o Post dos anjinhos.
[- ah e tal em vez de tanto idaidaida tinhas escrito mais um post sobre os anjinhos.
Pois tinha, tinha escrito sobre a acção, mas não tinha escrito sobre a loucura que são os meus dias e não me podia queixar das horas e horas sem adultos afogada em anjinhos e infantes. Mas o que conta é o sorriso das crianças, das minhas e das que me vão passando todos os dias pelas mãos em forma de pedidos de presentes]
17.10.11
apertar ainda mais
Não tenho por hábito falar de dinheiro, nem do meu nem do dinheiro dos outros. É um assunto que me chateia, até porque à minha volta, quem mais se queixa é quem menos precisa de se queixar, mas perdoo-lhes, até porque segundo reza o ditado, "quem não chora não mama"e, vai-se a ver a parva sou eu que não me queixo.
Já passei por momentos de crise pessoal e Nacional que, quero pensar, foram bem mais sérias e sobrevivi, por isso desta também vou sobreviver, mas a verdade é que vejo a coisa muito preta para o meu lado. Na semana passada tirei umas horas para me sentar à frente de um excell e fazer continhas à vida. Acabei a coisa lavada em lágrimas [a mama não a vi]. Confesso que o cenário não é nada animador e, pior, não tenho espaço de manobra nenhum, nenhunzinho. Ora isto é muito triste, vinte anos a trabalhar, a tentar ser melhor e mais capaz, vi muita gente passar-me à frente [euros falando] e agora que a coisa se estava a compor, não só tenho uma porrada de despesas extraordinárias, como ainda vem o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal [o jeitão que me dava aquele dinheirinho para contrabalançar as despesas, snif...]. A juntar a isto nem me adianta esquecer-me por um minuto e brindar com champanhe ao ano novo e esperar que corra tudo melhor, porque é mentira. No meu caso não vai correr melhor, porque das duas uma: ou me sai o euromilhões ou recebo um grande aumento [acho mais provável a primeira, mais não seja porque por muito que tenha mostrado nestes quase 12 anos e meio, um ano fora é caso para servir de pretexto e ainda ter de agradecer] . Portanto nem nesta área a coisa me vai correr bem, hei-de ser atolhadinha de trabalho e shiueésequeressenãojásabes. Muito animador o meu panorama num futuro próximo. Com mais uma criança e mais um colégio para pagar, resta-me apertar ainda mais o cinto [até ficar roxinha de falta de ar] e deliciar-me com os meus filhos. Um dia há-de melhorar.
[e sim, eu sei, tenho uma sorte diabólica porque nos tempos que correm tenho trabalho e saúde e por isso ergo as mãozinhas ao céu e agradeço]
14.10.11
chegaram os Anjinhos de Natal

Os anjinhos são crianças desfavorecidas, às quais o Exército de Salvação, com a nossa participação e de colaboradores de muitas empresas ajudam a ter um Natal mais alegre. As crianças mais carenciadas são seleccionadas pelo Exército de Salvação, que faz a pesquisa no terreno junto das famílias mais necessitadas e com o apoio das assistentes sociais nas escolas. Depois de seleccionados os nomes e idades das crianças são colocados num cartão com o pedido da prenda.
O anjinho é o cartão onde vem mencionado a idade e o presente da criança em causa; um brinquedo e um fato de treino para a idade. Todos os anjinhos correspondem a uma criança específica, por esse motivo em todos os presentes deve ser colocado o número correspondente à criança, este número vem mencionado no cartão-anjinho e no email onde recebem a informação.
Quem quiser contribuir pode solicitar o número de anjinhos que pretende através do mail:anjinhos.de.natal@gmail.com, eu enviarei toda a informação do anjinho o mais rápido possível.
Estes pedidos devem ser feitos no máximo até dia 15 de Novembro e a data de entrega dos presentes será feita até ao dia 30 de Novembro nos locais mencionados.
Caso exista algum impedimento para a entrega ser efectuada num destes locais, por favor contactem-me para que se possa arranjar uma solução. Nenhuma criança ficará sem presente devido a problemas logísticos
É muito importante que todos os presentes sejam entregues devidamente identificados e, preferencialmente em caixas, com o número do anjinho bem visível.
Um grande OBRIGADA a todos os que acolherem esta acção
Entregas
Os presentes deverão ser entregues em caixas [preferencialmente] identificadas apenas com o número do anjinho bem visível.
Podem ser entregues presencialmente ou por correio nos seguintes locais:
LISBOA
EXÉRCITO DE SALVAÇÃO
[http://www.exercitodesalvacao.pt/conteudos/SystemPages/page.asp?art_id=1]
Centro Comunitário Central
Rua Escola do Exército nº 11-B,
1150-143 Lisboa
Horário: Segunda a Sexta: 9h-17h
Google map: http://g.co/maps/82c68
CIAL
[http://www.cial.pt/]
Av. da República, 41 -8º Esq
1050-187 Lisboa
[Edifício Nogueira, onde fica o stand da Fiat e Alfa Romeu]
Horário: Segunda a Sexta 9h-17h
Google map: http://g.co/maps/6xwnh
PORTO
EXÉRCITO DE SALVAÇÃO
http://www.exercitodesalvacao.pt/conteudos/SystemPages/page.asp?art_id=1
Centro Comunitário do Porto
Avenida Vasco da Gama, 645 Lj 1-2 Ramalde
4100-491-Porto
Horário: Segunda a Sexta 9h-17h
google map: http://g.co/maps/57n6h
FARO
CIAL
[http://www.cial.pt/]
Rua General Humberto Delgado, 5
8000-355 Faro
[Ao pé do Mercado Municipal]
Horário: Segunda a Sexta 9h-17h
Google map: http://g.co/maps/q2gpe
ALMADA
O SEGREDO DAS FESTAS
[http://www.osegredodasfestas.net/]
Rua D. João De Castro, 84
2800-104 Pragal (Almada)
[(Frente ao SMAS e à PSP do Pragal)]
Horário: Segunda a Sexta 10h-19h30/ Sábados 10h-16h
Google map: http://www.osegredodasfestas.net/1/onde_estamos_251609.html
LOURES
ARTE, SABOR & FESTA
[http://www.artesaborefesta.com/]
Av. Das Descobertas,
Lt 17 Loja 5 Zona Comercial - Infantado,
2670-393 Loures
Horário: Segunda a Sexta 10h - 13h30 / 14h30 – 19h
Sábados 10h-13h
Google map: http://maps.google.com/maps?f=q&source=embed&hl=en&geocode=&q=N38%C2%BA+50.490%E2%80%B2+W9%C2%BA+09.721%E2%80%B2&aq=&sll=35.101934,-95.712891&sspn=41.21977,79.013672&ie=UTF8&ll=38.84183,-9.162061&spn=0.009694,0.01929&t=h&z=14
Data limite de pedido de Anjinhos: 15 de Novembro 2011
Data limite de entrega dos presentes: 30 de Novembro de 2011
acordar e sentir o coração derreter

11.10.11
Outono com cheiro de Verão

Estendemos a manta na relva, bebemos leites com chocolate em modos de pic-nic improvisado enquanto o mais novo dormia com ar sereno. Ainda tiveram tempo para corridas e jogos de bola. Ao sair de casa ainda voltei atrás para levar um livro, mas o inevitável aconteceu: o livro foi só apanhar ar. Sentada na manta não fiz mais nada senão olhar para os três, dois infantes felizes e um sereno, invejei-lhes o desprendimento de problemas e chatices e limitei-me a respirar o ar com cheiro de eucalipto.
[Às vezes preciso parar e respirar, só respirar]
10.10.11
post-lembrete para não tornar a ir de cara ao chão
Por muito que me tenha acontecido, continuo a tropeçar nas mesmas pedras. É estúpido eu sei, ninguém cai tantas vezes da mesma forma. Eu caio e de cada vez que acontece faço mil e um planos e penso em n medidas para que no futuro não seja apanhada desprevenida. Não me esqueço, mas aparece sempre qualquer coisa que me baralha as contas e lá vou eu de cara ao chão. Não dá! Já não aguento cair assim.
Tenho mesmo de tomar medidas e aplicá-las independentemente de qualquer coisa e nem o pouco espaço de manobra que tenho ao dispor servirá de desculpa para evitar que tudo mude daqui para a frente. A contar a partir de... agora.
9.10.11
um mês de ti
Assim, num ápice, já passou um mês inteirinho. Todos os dias, todas as noites, quase, quase todas as horas de um mês de ti, de nós dois, a conhecermos-nos. E eu a render-me enquanto me apaixono um bocadinho mais por ti.
Um mês inteirinho de ti e pergunto-me como é possível este amor tão imenso aumentar.
6.10.11
aviso: este post pode, eventualmente, chocar as mentes que nunca tiveram um chefe/patrão execrável
O mundo acordou hoje com a notícia da morte de Steve Jobs. No FB não se fala outra coisa, no twitter imagino que seja mais do mesmo e é notícia de destaque por todo o lado que até enjoa. Sim o Sr. era um magnata, foi fundador da tão apetitosa maçã do mundo da informática, and so on, and so on e pasme-se, afinal era humano como as outras pessoas e não conseguiu vencer o tão temível cancro.
Não fico especialmente sensibilizada com a morte dele, ou melhor, não fico nem mais nem menos do que com a morte de um qualquer desconhecido que tenha perecido nas últimas 24 horas. Eu não conhecia a personagem em causa e por muito grandioso que seja o seu legado aos olhos de tantos fãs, também não era personagem que ambicionasse conhecer. O agora herói [depois de mortos aos olhos de alguns somos sempre heróis], era uma besta enquanto patrão. São conhecidas as histórias de funcionários que tinham medo de entrar no elevador com ele, porque à saída podiam não ter emprego. Promovia perseguições internas à custa da espionagem do segredo de novos projectos, tinha explosões de raiva e amedrontava os seus funcionários quando algum discordava dele, chegando mesmo ao ponto de os despedir.
Por isso, lamento, mas não me aquece nem me arrefece, todos os dias morrem pessoas, muitas e, nenhum de nós cá fica para semente. Faz-me muito mais "confusão" pensar nos anónimos que nunca vou saber a história que morreram nas mesmas 24 horas e que concerteza faziam muito mais falta para tornar este mundo melhor do que no "génio" que infernizava a vida a quem trabalhava para ele.
4.10.11
inércia
s. f.
Um turbilhão de ideias e projectos anda a pairar na minha cabeça, uns novos, outros nem por isso, mas ambos para serem postos em prática. Sou inundada por uma vontade de fazer, de deitar mãos à obra, mas sempre a horas impróprias ou quando o meu corpo já não consegue acompanhar a mente. Nas outras, nas horas em que o cansaço e o cobrador de horas de sono ainda não me bateu à porta sou invadida por uma incapacidade tremenda de me sentar, concentrar e começar a alinhavar. Sei, por experiência, que nestas alturas o que me custa é começar, depois vem tudo por arrasto e dou voltas e voltas até conseguir o que idealizei, mas vencer esta apatia está a ser complicado e, juro, que há alturas em que me esbofeteio psicologicamente, não tanto para vencer inércia que vive em mim, mas porque chego à triste conclusão que tenho medo de ter sucesso. [Sim, parva, eu sei!]
1. Falta de movimento ou de actividade .
2. Preguiça, indolência.
3. Propriedade dos corpos que não podem, de per si, alterar o seu repouso ou o seu movimento.
O pior vai ser quando não tiver tempo nem disponibilidade mental para me lançar na loucura, aí, nessa altura, vou andar a dar cabeçadas na parede, claro!

30.9.11
se não se pode evitar, a prevenção é palavra de ordem
Seguindo as pisadas da Luna, vejam o vídeo e partilhem, este é de facto um tema que merece ser divulgado, ninguém está livre de contrair a doença e aí sim, a vida muda de um dia para o outro e não é para melhor.
Sinais de alerta
Qualquer alteração na mama ou no mamilo, quer no aspecto que na palpação;
Qualquer nódulo ou espessamento na mama, perto da mama ou na zona da axila;
Sensibilidade no mamilo;
Alteração do tamanho ou forma da mama;
Retracção do mamilo (mamilo virado para dentro da mama);
Pele da mama, auréola ou mamilo com aspecto escamoso, vermelho ou inchado; pode apresentar saliências ou reentrâncias, de modo a parecer "casca de laranja";
Secreção ou perda de líquido pelo mamilo.
Conselhos para Uma Boa Saúde Mamária
Praticar exercício físico, evitar bebidas alcoólicas e manter um peso saudável;
Conhecer o peito e aprender o que é normal, ou anormal, em cada caso;
Aprender a fazer um auto-exame e fazê-lo com frequência;
Consultar um médico sempre que notar alguma anomalia;
Visitar o médico, para um exame clínico às mamas uma vez por ano;
A partir dos 40 anos, ou quando o médico aconselhar, fazer uma mamografia anual.
[auto exame da mama]
[não vale a pena correr riscos]
29.9.11
26.9.11
sensibilidade
Talvez seja das hormonas, de ser mãe de três rapazes ou só por ser uma romântica incorrigível, mas a verdade é que me desfiz ao ler isto.
[Força Caracóis!]
20.9.11
oh gentinha frustada
Se há coisa que abomino é o gosto pela destruição que algumas pessoas têm. É olhar em volta e constatar que existem tantas que conseguem estragar o que é de todos [ou só de alguns] só pelo gozo que lhes dá. Sejam os muros da escola ou dos edifícios, os transportes públicos ou as paragens. Tudo serve para ser destruído, tudo.
Depois tento imaginar que tipo de gozo lhes dá e aí ainda entendo menos. Será que olham para os rabiscos que fazem e sentem que criaram uma obra de arte? Honestamente não acredito muito, acho sim, que o sentimento de frustração que os move ainda aumenta mais quando a "obra" é acabada, do tipo acabaram de comer e continuam insaciáveis. Cá por mim era apanhá-los e pô-los a limpar a merda que fizeram com uma escovinha de dentes, passava-lhes logo a tesão do mijo, porque no fundo é disso que se trata, os pobres coitados não conhecem outra. [ide brincar com a pilinha que é para isso que ela serve, sim?]
o "recado do Nuno Markl e da Ana: aqui
Depois tento imaginar que tipo de gozo lhes dá e aí ainda entendo menos. Será que olham para os rabiscos que fazem e sentem que criaram uma obra de arte? Honestamente não acredito muito, acho sim, que o sentimento de frustração que os move ainda aumenta mais quando a "obra" é acabada, do tipo acabaram de comer e continuam insaciáveis. Cá por mim era apanhá-los e pô-los a limpar a merda que fizeram com uma escovinha de dentes, passava-lhes logo a tesão do mijo, porque no fundo é disso que se trata, os pobres coitados não conhecem outra. [ide brincar com a pilinha que é para isso que ela serve, sim?]
19.9.11
cada vez mais apaixonada
O meu infante mais novo é lindo [sim, eu sei que todas as mães acham o mesmo dos seus rebentos, abençoadas, mas este é meu e eu também tenho direito ao lugar comum], tem as pestanas iguais às do pai e, eu a cada dia que passa, estou mais rendida a este meio metro de gente.
Só tenho pena que esta fase de mini-minorca passe tão depressa, nem mesmo as interrupções de sono de três em três horas me tiram o sorriso ou a vontade de o encher de beijos quando olho para ele.
13.9.11
dias felizes
Para contrariar a regra do meu útero, o M. não quis nascer no dia em que fazia as 40 semanas e deu-nos mais um dia de suspense.
No dia 9 de Setembro e, quando já me começava a resignar que ainda ia ter o meu primeiro parto induzido, entrei em trabalho de parto. Eram cinco da tarde quando entrámos no hospital, às 18h15 soube que já não saía. Levaram-nos para a sala de partos, onde tive direito a tomar um duche e tudo. Infelizmente houve argolada de uma das enfermeiras que esperou tempo demais para chamar a anestesista e ainda tive uns minutos difíceis antes do alívio que a epidural provoca. Depois, depois foi tudo muito rápido, um susto quando estava na fase de expulsão obrigou-me a aproveitar cada contracção ao máximo, até que o puseram em cima de mim [nunca irei esquecer a expressão na cara do pai].
Nunca verti uma lágrima em nenhum dos partos anteriores, desta vez e, talvez devido ao momento vivido uns minutos antes, quando o vi cá fora chorei, chorei muito, chorei compulsivamente de alívio, de alegria, de amor por aquele pequeno ser.
E sim, claro, estamos todos completamente rendidos/derretidos/babados com este meio metro de gente que veio adoçar ainda mais as nossas vidas.
[nesta altura gostava de ser gata para poder lambê-lo sem pudores]
7.9.11
5.9.11
dar colo não é o mesmo que sentar ao colo

Colo, colinho, faz falta a toda a gente, independentemente da idade, o colo pede-se e dá-se. Todos deviam ter colo quando dele precisam e todos o deviam saber dar. Pode não ser fácil pedi-lo, assim como pode não ser fácil dá-lo. Os afectos por vezes não são fáceis, se quando nascemos é-nos natural recebê-los, essa naturalidade acaba por desaparecer com o tempo se nos desabituam deles. Infelizmente há inúmeros motivos pelos quais nos podemos desabituar a recebê-los e a partir desse momento rapidamente perdemos a capacidade de os dar.
Nenhum pai ou mãe é capaz de admitir que não é afectuoso ou que não dá colo à sua cria, independentemente da idade da mesma, mas dar colo, no sentido em que escrevo, é dar colo mesmo, não é apenas apaziguar o choro provocado pela dor no joelho esfolado ou a cabeçada na porta ou no móvel ou até mesmo por causa do boneco velho e esfarelado que se perdeu, isso é sentar ao colo. Dar colo é sentimento, é carinho, é amor, é sentir que aquela dor que provoca o choro é real e senti-la com a dimensão de quem chora. Porque há momentos em que todos precisamos de colo, independentemente da idade ou do motivo. Um ou uma adolescente que chega a casa lavado(a) em lágrimas a dizer que vai morrer porque sicrana ou beltrano acabou o namoro, precisa de colo. Claro que [pelo menos na maioria das vezes] não morre coisíssima nenhuma e passado algum tempo já ultrapassou a coisa, mas nós adultos que já fomos adolescentes e temos a memória mais viva desses tempos do que da infância, mesmo que relutantemente, mesmo que com vergonha e apenas para nós próprios, conseguimos esgar um "I've been there, I've done that". Obviamente e, mais uma vez em casos normais, quando adultos temos outras responsabilidades, outras "dores maiores", mais graves, de resolução mais difícil e consequentemente volta meia volta precisamos de colo e talvez seja por esses mesmos motivos que nos esquecemos que os motivos da necessidade de colo são diferentes, mas que a dimensão só quem dele precisa é que pode avaliar. E é muitas vezes desta forma que se perde a capacidade tanto de dar como receber. A boa notícia é que a incapacidade é reversível e, se é bom receber colo, dá-lo também enche, basta querermos.
4.9.11
na recta final
Últimos dias antes da nossa vida ficar mais cheia. Estamos prontos. A logística está montada para o momento da emergência, que é como quem diz, saída rápida para a maternidade [nestas alturas dava muito jeito ter uma mãe]. Os miúdos estão ansiosos, o A. pergunta todos os dias quando nasce. Repito-lhes até à exaustão todos os passinhos para que não hajam stresses de última hora e estejam preparados independentemente das horas a que o infante mais novo queira nascer. O meu síndrome de ninho continua em ebulição, está tudo arrumado e limpo, todos as noites me deito preparada para acordar a qualquer momento. Sim, alguma ansiedade nestes últimos dias. Estou farta de estar grávida e quero-o cá fora. Quero vê-lo, cheirá-lo, mimá-lo, senti-lo a dormir pacificamente no meu peito e se fosse gata lambia-o até me cansar.
Quero apaixonar-me perdidamente mais uma vez.
2.9.11
29.8.11
9 anos
Faz hoje 9 anos que te conheci, que te cheirei, que te envolvi nos braços e que te alimentei pela primeira vez. Estava à espera de sentir uma espécie de arrebatamento quando te vi pela primeira vez, não, a verdade é que não senti. Olhei para ti e, na minha cabeça, a única frase que apareceu foi : sou responsável por ti para sempre. O amor, esse foi crescendo de todas as vezes que olhei para ti, que te toquei. Já não me consegui separar de ti e dormiste as tuas duas primeiras noites deitado sobre o meu peito. Na primeira não preguei olho e passei-a, literalmente, a olhar para ti e a sentir-te. Já passaram 9 anos.
É verdade que o amor pelos filhos não se divide, multiplica-se, mas tu foste o meu primeiro grande amor, és o meu companheiro, talvez a única pessoa que consegue perceber os meus estados de espírito [mesmo quando te tento esconder alguns]. És enorme em tanta coisa e o meu amor por ti é ainda maior por seres quem e como és.
[Parabéns Meu Amor Maior.]
27.8.11
25.8.11
células estaminais

Quando os meus filhos nasceram optei por não contratar nenhuma empresa de preservação de células estaminais do sangue do cordão umbilical, claro que esta opção, na altura, foi essencialmente de carácter financeiro. Dispender de mil e tal euros era algo que estava completamente fora das minhas possibilidades. Com a aproximação do nascimento do M., numa conversa com amigos, fui alertada para a existência de um banco público, a Lusocord. Procurei mais informações e cheguei à conclusão que era o melhor a fazer. Afinal a eventual utilização do sangue para uso próprio é como acertar no euromilhões. Por isso e uma vez que já existe um banco público em Portugal é para aqui que irá o sangue do cordão do M. que será utilizado por quem seja compatível e dele precise ou mesmo para investigação. Seguindo o conselho de quem sabe, talvez pegue nos 1200€ e compre certificados de aforro, o M. ficará mais satisfeito.
Quanto à recolha do sangue: Segui as instruções dadas pela Lusocord para envio de informações, a Lusocord já me enviou o kit que irei levar para a maternidade e após a recolha só terei de contactar a transportadora para fazer chegar tudo ao CHN.
Simples, não é? E pode salvar vidas!
23.8.11
síndrome de ninho
Primeiro foi o quarto deles. Duas prateleiras arranjadas, uma estante de parede colocada, roupas que já não servem a um guardadas para o outro, brinquedos escolhidos e arrumados, armário arrumado de ponta a ponta e mais uma troca de sítio de duas das camas.
Agora, só falta mesmo querer nascer, nós estamos prontos.
Depois foi o meu quarto. Tira roupas da cómoda que vai ser para o bebé, montar estante nova, colocar estante na parede, criar o espaço muda-fraldas, colocar berço e comprar um sofá individual para momentos mãe-bebé e pai-bebé.
Arrumados que estavam os quartos passei para o hall. Tantas alterações de móveis de um lado para o outro e mais tralha a entrar cá em casa impunha-se comprar mais espaço para arrumação. Felizmente tenho um ajudante voluntarioso e em duas horas eu e o T. montámos uma cómoda da Ikea. Mais gavetas, mais espaço, toca a trocar tralhas de um lado para o outro.
Depois deu-me a travadinha da cozinha, limpa de alto a baixo e com parte de um armário destinado à panóplia de coisas do novo residente que aí vem, esta secção também já está. Agora só me falta mesmo a sala, onde, felizmente, não há muito para inventar, mas tenho de resolver o que fazer à banqueta que há uns dias foi despejada do quarto e que agora está no meio da sala a mexer-me com os nervos.
Tirando as mudanças, a mala está feita, as coisas da criatura mais pequena estão todas tratadas e arrumadas, já me lancei na loucura de encher quer a despensa quer a arca congeladora com pirex e caixas com refeições .
Agora, só falta mesmo querer nascer, nós estamos prontos.
22.8.11
20.8.11
18.8.11
preparativos [sugestões agradecem-se]
Ando 'praqui às voltas a pensar em receitas simples para confeccionar e congelar para mais tarde descongelar e aquecer. Aproximam-se dias muito cheios e, diz-me a experiência, que a última coisa que me vai apetecer pensar é em almoços e jantares. O outro problema é que ando a engonhar com as compras do mês, logo: não cozinho porque ainda não fiz as compras [apesar de já ter duplicado o número de pirex cá em casa] e não faço as compras porque ainda não resolvi o que cozinhar, ou seja, uma verdadeira pescadinha de rabo na boca.
[Se alguém quiser deixar sugestões na caixinha ou enviar por email, be my guest, eu agradeço]
coisas que me recuso [mesmo] a entender
Eu, funcionária de uma empresa privada, que por um acaso até é daquelas que beneficia os seus funcionários com um seguro de saúde, sou obrigada, depois de consultar um médico privado e de pagar balúrdios por uma consulta, a usar o sistema nacional de saúde [e tirar a vez a alguém que de facto precise], para que um médico do SNS me assine um papel de baixa [sim, só assina um papel, depois de ler o papel que o médico privado lhe escreveu]. O lindo da história, é que se eu fosse funcionária do Estado, o meu médico particular, a quem pago um balúrdio por consulta passaria a baixa directamente.
Traduzindo a coisa... 'xa cá ber: Privado = Médico SNS, Estado = Médico privado
Tem toda a lógica, eu sei, mas eu não quero entendê-la.
[depois venham Ministros ou ex-Ministras com boquinhas merdosas que os portugueses abusam nas consultas do SNS e que não há médicos que cheguem e patatipatatapardaisaoninho].
17.8.11
deve ser das minhas raízes
Outra das minhas paixões da zona é a loiça. Quando me casei, na lista de casamento, para escândalo de alguns, não incluí um serviço Vista Alegre, nem copos de cristal Atlantis, nem faqueiros Cutipol, cingi-me a coisas práticas, em parte porque tinha o básico [maravilhas de viver sozinha antes de casar] e por outro lado porque o que os outros gostam ou ambicionam não tem de ser necessariamente igual para mim. Talvez, também, um dia destes me lance na loucura de comprar o bendito serviço de loiça de Viana, de que tanto gosto e o use nos almoços no alpendre na casa de campo dos meus sonhos.
16.8.11
piroseiras que não entendo
A mania do pézinho em cima do tablier do carro ou à janela a apanhar arzinho.
14.8.11
constatação muito importante
os edredons ainda não saíram das camas cá de casa, nem me parece que venham a sair.
13.8.11
não sei se já disse...
mas não gosto de estar grávida e o tempo entre o estar e o deixar de estar já se encurtava, não?
10.8.11
juro que não entendo
Eu, que até percebo o porquê de tatuar algo no corpo, que até tenho no total 6 tatuagens e rapidamente irei fazer a sétima, não entendo como consegue/pode uma mulher, no seu perfeito juízo, tatuar o que quer que seja escrito com caracteres árabes.
9.8.11
espantada
Continuo muito espantada com a "adoração" que o A., quase com 5 anos, tem pelo Harry Potter.
[isso e o fraquinho pela Hermione...]
eram só mais uns dias
À 9 anos, quando estava grávida do T. fui obrigada a comprar uma cadeira de praia porque a ciática não me dava tréguas. Desde essa altura que a usava. Além de ser muito cómoda durante a gravidez dava-me imenso jeito para ler na praia. Este ano morreu, caiu de velha e tive, com muita pena, de a deitar fora. Agora, além de estar grávida e me dar imenso jeito ter uma, estamos no final da temporada, pelo que não encontro nenhuma aceitável em lado nenhum.
Não deixa de ser irritante, porque na realidade só ia precisar que a minha tivesse durado mais uns diazinhos. Bah.
6.8.11
P de Portugal e de pissada
Hoje ao ver o Masterchef versão portuguesa concluí que Portugal é o país da pissada.
Depois de passar os olhos pelo Biggest loser versão americana e pela versão portuguesa já tinha desconfiado, mas como não segui nem uma versão nem outra não liguei. O Masterchef Austrália sigo sempre que posso, sigo e gosto. De todos os reality shows das várias nacionalidades que já passaram à frente destes olhinhos, não há como as versões australianas. Os australianos são educados, são polidos, não têm o exagero de show dos americanos e muito menos a má criação dos portugueses. Por cá gostamos de sobressair através da desgraça dos outros. Basta que alguém esteja numa posição de desvantagem [mesmo que em posições diferentes dentro do programa], para que outro "lhe salte em cima" com uma pissada à moda antiga [um dia destes ainda vemos alguém a levar uma sova de cinto]. Já vi muitos episódios do Masterchef Austrália, já vi os chefs darem raspanetes nos concorrentes, mas são tão softs em relação ao que estamos habituados a ver por cá que que acho que chamar-lhe raspanete é forte demais. Vejo os chefs a ajudarem e darem força aos candidatos, ao contrário, por cá gostam de baralhar, de retirar confiança, fazem comentários perfeitamente despropositados e muitos roçam a má-criação.
Do programa não gostei, mas o que gosto ainda menos é de saber que os modos usados nestes programas são os nossos e de facto são um espelho do que se passa no mundo cá fora, longe das câmaras. Vivemos no país em que, podendo, se trata o colega do lado com desrespeito, onde muitos chefes e patrões se sentem no direito de falar com os seus funcionários como se fossem crianças na escola ou, melhor, filhos desobedientes porque acho que já nem os professores tratam os seus alunos como algumas destas pessoas. Mas depois ficamos muito indignados [para não dizer lixados] quando vem alguém de fora dizer que somos assim ou assado, tal como qualquer pai ou mãe que se demitiu da responsabilidade de educar um filho e quando chamado à atenção ainda quer fazer crer aos outros que estão todos errados e que a criança fez muito bem em mandar a professora à merda.
5.8.11
ansiedade
Faz meses que os meus filhos estão ansiosos pelo nascimento do irmão. Contam os meses que faltam. Dizem-me todos os dias "- Estou ansioso que o M. nasça". Falam dele como se já o conhecessem e até já combinaram partilha de tarefas.
Hoje nasceu o filho de uma amiga e ao verem as primeiras fotos acho que fiquei com uma pequena amostra da excitação que vai ser quando lhes tocar a eles.
4.8.11
sugestão ao Jardim Zoológico de Lisboa
E bilhetes mais baratos para famílias numerosas, não?
É que isto de levarmos os nossos miúdos a ver os vossos saícarocumoraio.
3.8.11
os meus fios estão cada vez mais presos
A propósito de uma conversa ao telefone, recordei-me dos tempos em que a blogoesfera me fez todo o sentido. Aliás, a bem da verdade, não só fez sentido como foi verdadeiramente importante na minha vida. Aqui, no fios, expurguei dores e pensamentos, lá, no Cabra diverti-me como em nenhum outro blogue. Ainda me lembro de na minha antiga casa, ter de fugir do escritório que era mesmo ao lado do quarto onde dormiam os meus filhos, para me ir desmanchar a rir à gargalhada para a cozinha. Foram tempos [muito] conturbados a nível pessoal e se a blogoesfera serviu para espairecer, não é menos verdade que aqui fiz amigos para a vida. Algumas das minhas amizades mais queridas nasceram a partir daqui. Pessoas de carne e osso com quem troquei comentários, emails, telefonemas [horas de telefonemas], que me deram guarida, com quem partilhei refeições e sobretudo com quem troquei ideias, desabafos, risos, gargalhadas e até lágrimas. Troquei e ainda troco. E se nem tudo são rosas na blogoesfera, posso orgulhar-me de nunca a ter levado demasiado a sério. Para mim, não passa de uma janela aberta que podemos escancarar mais ou menos, conforme a vontade e o discernimento de cada um. Já escrevi coisas que ao reler tempos depois me fazem pensar: "porra, fui eu que escrevi isto?", também já escrevi coisas que depois de reler sou assolada pelo síndrome de avestruz tal é o tamanho da palavra Totó que vejo escrita na minha testa. Enfim, cada um é para o que nasce...
Para quem me lê e chegou até aqui, este não é um post de despedida, não vou [mais uma vez] fechar o fios. Este é um post de desabafo, de partilha se quiserem. Têm sido muitas as vezes que tenho aberto a página nas novas mensagens; umas vezes começo a escrever e desisto a meio, outras as palavras parece que não descem do cérebro para os dedos, outras ainda porque não me apetece partilhar, não por ser mau ou bom, mas porque não me faz sentido nenhum ou porque [já] não tenho necessidade de expurgar tudo o que me passa na alma. Já pensei em criar um novo blogue, com outro nick até, mas era igual, aliás, não era. Não era porque apesar de não ter a minha identificação completa, o meu nick é apenas isso um nick. Claro que como a maioria das pessoas, dentro de mim vivem várias personalidades que se mostram consoante as circunstâncias, mas a essência é a mesma e a @na partilha dessa mesma essência.
Também pensei em mudar a linha editorial do fios [como se alguma vez tivesse tido algo a que se pudesse dar um nome tão pomposo], aproveitando a maré em que tenho nadado era fácil, fácil transformar isto num baby blog com direito a barrinhas fofinhas e tudo. Podia escrever textos sobre o peso que aumentei, sobre os pontapés da criança que habita dentro de mim. Nããã... não faz o meu género e acho que isso sim, seria a primeira cavadela na sepultura.
Só que depois tenho dias em que olho para o fios e vejo-o parado e vejo-me a mim com vontade de o pôr a mexer, nesses momentos começo a busca de algo para escrever [tenho saudades de ter o quê...] e não me aparece nada. Nunca me vi como alguém com criatividade para ter assunto todos os dias, ou vá, dia sim dia não, para não me esgotar, não sou uma pessoa dessas. Também não me apetece escrever tudo o quanto me acontece no passar dos dias, porque há coisas que não quero partilhar com o mundo e se me apetecer escrever sobre tudo então mais vale voltar uns anos atrás, passar na papelaria e comprar um livrinho em branco e escrever um diário. Não tem a ver com quem me lê ou deixa de ler, porque para isso, lá está, voltava à opção começar de novo com outro nick.
Depois de ponderar tudo o que sinto em relação ao que escrevo ou, neste caso, ao que deixo de escrever, cheguei à conclusão que, de facto, existe um tempo para tudo e não se pode voltar ao que se foi. Já lá vai o tempo em que me bastava ter um pensamento ou sentimentos a pairar e saía um post. Já não sou assim e o fios será o que tiver de ser.
2.8.11
2.8 tudo começa
Hoje tivemos uma matiné caseira de Harry Potter [versão dobrada, claro]e para minha surpresa a grande diferença do A. a ver Cars2 e a ver a Pedra Filosofal é que no primeiro ele nem abre a boca, no segundo repetiu várias vezes, com verdadeiro entusiasmo: "estou a adorar".

[já estou a ver qual vai ser a próxima panca cá de casa]

[já estou a ver qual vai ser a próxima panca cá de casa]
15.7.11
fomos ver [claro!!]
E o A., o maluquinho dos carros passou o filme inteirinho sem tirar os olhos do ecrã [se fosse possível, eu diria que nem repirou]. Mesmo assim, sempre que passa algo na televisão sobre o filme ele pára tudo para ver. Tem uma verdadeira paixão por estes carros. Claro que a colecção de carros, tão bem estimada, entretanto já aumentou, perante o ar dele, sem emitir um som que fosse, a ver os novos personagens no expositor não consegui resistir e lá trouxe mais amigos para casa. Aposto que nas próximas noites vão dormir com ele, aposto.
[Como também aposto que a partir do dia em que o DVD entrar cá em casa vamos ter sessões contínuas de Cars 2]
11.7.11
claro que o defeito deve ser meu
Quando me pedem algum favor eu respondo de duas maneiras: sim ou não.
Deve ser por essa razão que quando peço algo a alguém fico à espera que me respondam da mesma forma, é que o silêncio, a mim, não me diz nada de concreto, mas fico sempre com a "leve" sensação que do outro lado estão a tentar que caia em saco roto. É feio! Digam que sim, digam que não, mas digam, gaita!
8.7.11
não se pode querer tudo

O meu objectivo dos 100 dias foi completamente por água abaixo. Mea culpa! Eu sei! Falta de persistência da minha parte. Eu podia alargar ainda mais o prazo, inventar outra meta, mas não. A verdade é que o instrumento, por muito bem que ficasse na minha cozinha e por muito bom que seja, não me faz falta. Eu tenho uma batedeira, velhinha, foi a primeira que comprei e diga-se em abono da mesma que nunca me deixou ficar mal. Não é vistosa para ficar em cima da bancada pronta a usar, tem o seu poiso no armário dos congéneres electrónicos da cozinha.
E pronto, despeço-me, para já, da ideia de ter a tão famosa Kitchen Aid a habitar a minha cozinha, mas contenção é contenção e manias não têm espaço nestes tempos.
as maravilhas da alternativa
Andava cansada de me sentir Condor [com dor aqui, com dor ali] e como estou limitada a quase nada que me ajude resolvi voltar-me para uma das alternativas possíveis. Marquei consulta numa das clínicas do Dr. Pedro Choy e lá fui. O diagnóstico não podia ser mais inesperado. A culpa de grande parte dos meus males, mesmo alguns que não me afectam de momento, é do meu fígado [ainda bem que não sou dada ao álcool, senão havia de ser bonito, ou não, ou não]. Parece que o bendito órgão anda desequilibrado. Vim para casa com uma caixa de agulhas e tratamentos de acupunctura até ao parto a serem efectuados semanalmente. Já fiz duas sessões e logo desde a primeira que melhorei bastante da ciática bem como de outras dores de que me queixava. Apesar do aparato [21 agulhas parecem-me sempre muitas agulhas], os tratamentos não custam nada; 30 minutos deitada ao som de música zen e em ambiente lusco-fusco com as abençoadinhas agulhas espalhadas pelo corpo e saio de lá a sentir-me outra.
Aos descrentes só posso dizer: experimentem! Demorei anos até me decidir a deixar de sofrer com maleitas que "supostamente" eram para a vida e, afinal, não era a coluna, nem rins, nem vesícula, mas um fígado que anda armado em desequilibrado para dar nas vistas. E pelo andar da carruagem já me estou a ver a continuar a ser furada semanalmente depois do parto, é que depois desse momento não faltam outros desequilíbrios para pôr em ordem.
Sim, fã é a palavra que melhor se adequa ao caso. Recomendo.
5.7.11
'rais parta
Eu já devia saber [e sei] que este meu estado não é acompanhado pelo funcionamento do meu cérebro, esse carbura à velocidade de sempre, o corpinho é que já não acompanha. E depois ainda vem o síndrome de ninho, esse sacana que me faz carburar ainda mais a massa cinzenta com arrumações e mudanças e limpezas e toda uma série de coisas boas para eu acabar os meus dias completamente derreada com dores por todo o santo corpinho.
Agora seguia para um banhinho de imersão seguido de uma massagem, isso é que era ter o cérebro e o corpo em sintonia.
1.7.11
queques à tuga
Ontem resolvi experimentar uma receita de queques. Eram já quase horas de jantar quando me atirei à batedeira. Reduzi a receita a metade porque achei que eram queques a mais. Ficaram tão fantásticos que batem qualquer receita de muffins que já tenha provado. Pois bem, nem 24 horas passaram e de catorze queques não sobrou nem um. Receita a repetir mais vezes, sem dúvida.
[Por falar nisso, vou ali fazer o resto da receita]
não há dinheiro que pague
Uma mãe em casa pode dar muito jeito e durante meses os meus filhos saíram da escola antes das 4 da tarde. Tivemos tempo para lanches caseiros, trabalhos de casa, banhos e jantares sem pressas, muito tempo de brincadeira entre irmãos, enfim, uma série de coisas que habitualmente quando chegamos a casa duas horas antes de irem para a cama não permitem. Mas se por um lado ir buscá-los a esta hora me cortou por completo as tardes, por outro ganhámos todos e muito. As notas do T. que já tinham melhorado no 2º período, melhoraram ainda mais no resultado de final de ano, o comportamento nem foi mencionado na avaliação e, segundo a professora, ele só precisa mesmo de não se distrair. Em relação ao A. o comportamento melhorou, está mais [ainda] autónomo, cresceu e continua um doce. No balanço final, ganhámos todos, a nossa relação tornou-se ainda mais próxima, noto-os mais seguros, mais felizes e até mais responsáveis.
Para mim, é de facto uma pena que não consiga dar uma "volta" à minha vida por forma a que estes horários não sejam excepcionais mas sim normais. Se o T. e o A. ganharam tanto em tão pouco tempo nem imagino o ganho que seria para o benjamim [e para mim e para todos].
30.6.11
do Verão que ainda nos falta gozar
Entretida que tenho andado com os preparativos para a chegada do mais novo membro da família e e entre uns ais e uis por causa da ciática que se instalou, vou tentando, ainda assim abstrair-me do tempo que falta para o ter nos braços e pensar apenas no Verão que ainda temos pela frente. O enxoval da criatura pequena está tratado, a check list da parfenália está praticamente completa, os infantes mais velhos vão vibrando de ansiedade pela chegada do irmão e eu vou tentando não pensar muito no assunto. O tempo passa a correr e não tarda está mesmo cá fora e a partir daí o tempo ainda corre mais depressa, vou aproveitando ao máximo estes dias inteiros a três que antecedem a tão ansiada chegada.
29.6.11
Choné
22.6.11
2.6.11
nas ondas
Tenho um filho surfista [feliz]. Hoje comprámos a tão desejada prancha, uma prancha "à séria" e foi vê-lo feliz e contente de peito inchado e prancha debaixo do braço a atravessar a praia. O cuidado a espalhar parafina na prancha e o ar de entendido com que entrou na água. E remou, remou e voltou a remar. Poucas ondas havia, mas a persistência ganhou e lá conseguiu apanhar duas ondas, ele e o R. o amigo que levámos connosco e que teve direito à mesma aventura.
[o outro lado da mãe babada é que cheira-me que arranjei sarna para me coçar durante muito tempo porque a criança/surfista/feliz vai precisar que alguém o conduza até à praia e vai sobrar para quem? Por muito que goste de praia, acho que vou apanhar um enjoo...]
1.6.11
o nosso [des]governo
Desde Domingo que ando completamente passada. Depois de uma conversa de grávidas e de gravidezes e partos e toda essa temática que faz com que quem esteja presente revire os olhos, fiquei a saber que o nosso [infelizmente] governo de gestão iniciou a destruição do Hospital Dona Estefânia começando por fechar o bloco de partos daquela unidade. Ora, os meus dois filhos nasceram lá por isso posso falar das condições excepcionais com que os partos ocorrem, a humanidade em todo o pessoal de serviço, desde os médicos à senhora do guiché na recepção. A maternidade da Estefânia pode não ser a fábrica parideira que é a maternidade Dr. Alfredo da Costa, da qual a única coisa que posso dizer é que lá fui na véspera do meu filho mais velho nascer e o tratamento não teve comparação. Acredito que tem excelentes serviços, não poderia sequer dizer um ai acerca da MAC, mas ter um filho na Estefânia com o tratamento que dão às mães e, estas tendo a segurança que no caso de qualquer eventualidade ali encontram todas as especialidades e cuidados adequados aos rebentos recém-nascidos, é um alívio enorme.
Felizmente usufruo de seguro de saúde, mas sou completamente a favor dos nossos hospitais públicos quando se trata de assuntos sérios e, para mim, o nascimento de uma criança é um assunto sério.
Quanto à estupidez que me parece o fecho de um bloco de partos com 10 anos de existência equipado com o melhor que há, que em caso de necessidade irá separar a mãe da criança, pois a mãe ficará na MAC e a criança irá ser transferida para o HDE, só me questiono o que tem a actual ministra da saúde, em governo de gestão, contra o Hospital D. Estefânia? É que não é a primeira vez que ela "ataca" esta unidade de saúde... será que tem uma embirranciazinha com o Dr. Gentil Martins? Será que alguma vez lá foi e teve de esperar como os outros e jurou vingança? A verdade é que não sei, mas a desculpa da falta de profissionais na Maternidade Alfredo da Costa não me convence e a data escolhida para o encerramento do bloco de partos também não: o dia seguinte às eleições - é bonito!
Fica aqui o LINK da petição pública contra o encerramento, eu claro, já assinei
Ah... e sim também há um motivo pessoal, é que não há duas sem três e se dois dos meus filhos nasceram nas melhores condições do HDE, não quero nada de diferente para o terceiro.
31.5.11
devo andar a ver o mundo ao contrário
segunda visita à segurança social e em vez de centenas de pessoas à minha frente... Nada... Vazio... Sem vivalma... Lindo de sonho!
25.5.11
a esperança renova-se
18.5.11
lançar os dados
Quando me caem ideias no colo posso fazer uma de duas coisas:
- Saculi-la como se fossem migalhas.
- Arregaçar as mangas e tentar.
Hoje tentei!
10.5.11
comércio tradicional
Já me deixei de perder tempo a fazer compras no supermercado há algum tempo, continuo a lá ir, mas apenas para comprar coisas que vão faltando ou que me vão fazendo falta. O "ir ao supermercado" fazer as compras do mês foi trocado pelo Online. Para mim, muito mais prático: tenho a despensa, o frigorífico e a arca aqui à mão de semear e vou vendo o que de facto falta; evito perder duas horas com a filharada atrás [já fartos e na pedinchice]; não carrego as compras para o carro e do carro para casa. Assim, é ver os senhores do Jumbo a trazerem caixas com rodinhas carregadas de mantimentos e a deixá-los na minha cozinha [só faltava mesmo arrumarem nos sítios]. Mas há coisas que, também há muito que deixei de comprar no supermercado: a carne vem do talho do senhor que é um pintas de primeira, mas que me vende bifes que não se desfazem em água na frigideira e os legumes e a fruta vêm do meu sítio do costume [não, não é o Pingo Doce], a mercearia da rua. E cada vez mais gosto das compras feitas no comércio tradicional. Claro que os senhores do Jumbo não os troco, até porque não estou disposta a alombar com sessenta e tal litros de leite e muito menos passar na mercearia todos os dias e trazer três ou quatro pacotes, mas o atendimento de quem nos conhece é outro, claro. Há 2 anos, por esta altura, passava na mercearia quase todos os dias para ir buscar caixas e caixas de cerejas, pedidos feitos por colegas que também as queriam, eram fabulosas. No ano passado nem as provei porque a dona me disse que não eram como as que eu gostava. Hoje ao ir à mercearia disseram-me logo: já chegaram as suas cerejas, assim, como se as caixas viessem com o meu nome escrito. Trouxe duas, uma caixa cá para casa e outra para os melhores avós do mundo que também se deliciam com elas. Mal chegaram a casa e foram atacadas, eu e o T. matámos saudades das benditas cerejas. Mais um ano em que vamos recarregar o organismo com anti-oxidantes.

9.5.11
feira do livro

No ano passado faltei, ontem regressei. Fomos todos e viemos de lá carregadinhos de livros. Para mim este ano trouxe apenas um, mais um de John Le Carré para engrossar a colecção, para eles muitos, muitas histórias novas para serem contadas e outras para serem lidas pelos próprios.
Antes a ida à feira era uma ida obrigatória de onde vinha carregada de novos livros que ia lendo, não leio menos, sempre fui uma leitora de "momentos", alturas em que devorava livros uns atrás dos outros, em que todos os minutos contam para ler mais um pouco ou a roubar horas ao sono, ficando acordada horas a ler, intercalando com alturas em que os livros ficam quietos na mesa de cabeceira à espera de nova fome de leituras, mas este ano não tive paciência para andar em busca de histórias para mim, por isso não hesitei quando vi mais um de Le Carré e deliciei-me nas histórias infantis e vinguei as compras comprando para eles.
2.5.11
tu que cresces dentro de mim

No mundo cá fora, continuamos com muita calma a preparar a tua chegada. Aguardam-te uma mãe e pai babados [ansiosos, também] e irmãos e irmãs que te vão mimar muito. O teu irmão mais velho até já escolheu [orgulhosamente] o teu primeiro peluche, porque bebé que é bebé precisa de um amigo para lhe fazer companhia nas sestas.
Enquanto saltas e pulas nesse teu mundo que te vai parecer cada vez mais apertado, nós do lado de fora continuamos a esperar-te e a criar um espaço cada vez maior para tu ocupares.
1.5.11
se hoje é o dia da mãe, os outros todos são de quem?
Hoje é dia da mãe, não o passo com os meus filhos, estão com o pai deles, tal como no ano passado. Não, não me importo nem tão pouco me incomoda, porque para mim, dia da mãe são todos os dias em que estou com eles, em que trato deles, em que os educo, em que os acompanho, em que os tento ensinar a serem pessoas melhores e de bem e não, nunca, quando o calendário me diz que hoje sou mãe. Eu sou mãe todos os dias, quer esteja com eles ou não.
29.4.11
28 de Abril - A Revolução, precisa-se
Antes de ser mãe já trabalhava há quase 10 anos. Não tive um percurso profissional fácil e muito menos estável, mas dei o litro [muitos litros] e, degrau a degrau, lá fui subindo devagarinho na tabela salarial. A dependência do ganha-pão [a morar sozinha, com rendas e despesas para pagar e sem rede de segurança] impediram-me muitas vezes de arriscar mais, mesmo assim, algumas vezes dei o grito do epiranga e mandei à fava empregos por não me pagarem ou por me sentir explorada. Tive oportunidade de sentir na pele o que é trabalhar muitas horas por escassos escudos [na altura ainda eram escudos], de ter trabalhos temporários, recibos verdes, ordenados em atraso, ordenados por pagar, tudo coisas boas que se não ajudam na carreira e me obrigaram a responder a muitas perguntas parvas em entrevistas feitas por pessoas que parece que não sabem o país que temos, serviu, sem sombra de dúvida, para conhecer de perto a realidade de um lado "desconhecido" por muitos e para me fazer crescer enquanto pessoa.
Mas ainda antes de ser mãe tive a oportunidade de ter um emprego estável onde os ordenados são pagos a tempo e horas, onde há aumentos anuais, onde há seguro de saúde, férias e subsídios e, pasmem-se, prémios anuais. Sim, sei o que é ter tudo isto e também sei, porque me saiu do pêlo, o que é ter o meu trabalho reconhecido. Anos e anos de esforço [só eu sei o esforço físico e psicológico que suportei], trabalhar depois de um encontro de duas ou três horas com a almofada, horas de almoço passadas em frente ao pc, fins de semana passados no local de trabalho, férias adiadas no primeiro dia das mesmas, os olhares de lado de quem entrava depois da hora e saía a horas certas, um rol de coisas boas, portanto. Mas não verguei e marquei uma posição. A esta altura era suposto já ter provado a minha capacidade de trabalho, a minha competência e sobretudo a minha responsabilidade. Ou não. Depois veio o primeiro filho e logo para começar fui "castigada", uma gravidez de risco fez-me ir para casa aos seis meses, o regresso não foi fácil, deixei de ser tratada da mesma forma, posta tantas vezes de lado, de aumentos máximos na empresa nesse ano passei ao mínimo, recebi metade do prémio anual porque só tinha trabalhado metade do ano. Por outro lado, gozei "sem problemas" a licença de amamentação, faltei [com tantos sentimentos contraditórios] sempre que o meu filho adoeceu, aprendi a optimizar o meu tempo no local de trabalho, entrava antes da hora e saía na "hora do toque de saída" com o meu trabalho todo feito, mas já não tinha a mesma disponibilidade para a empresa, já não tinha tempo para fazer o trabalho dos outros, de me chegar à frente. Fui ultrapassada por quem se passeava durante o dia e ficava depois da hora para mostrar serviço e uma falsa dedicação, mas mesmo assim, consegui ser promovida.
Anos mais tarde, quatro, veio o segundo filho e, novamente, veio com pressa para nascer e voltei a ir para casa na mesma altura do primeiro. Mais resignada e com mais um mês de licença de maternidade, o regresso foi mais fácil, não me senti "injustiçada" e a minha vida profissional foi decorrendo sem grandes sobressaltos. Tive projectos, tive uma nova promoção [a ganhar o mesmo com muito mais responsabilidade], mas também vi à minha volta muita injustiça que voltei a sentir na pele.
No meio disto tudo veio também um divórcio, sem apoio de qualquer espécie a nível familiar, os meus filhos passaram a depender totalmente da minha disponibilidade no dia-a-dia, quando estão doentes quem fica com eles sou eu, as idas ao médico são comigo, as correrias para a natação e para a capoeira ficaram comigo até desistirmos e as reuniões nas escolas também. Os meus filhos entram na escola às 9h e eram os últimos a sair, depois era a correria em casa, os banhos, o jantar, a roupa para lavar e para estender, a casa arrumada e limpa, os tpcs, o deitar e o apreciar o sossego da casa em silêncio quando finalmente me conseguia esparramar no sofá roubando horas ao sono.
Não satisfeita, resolvi lançar-me na loucura do terceiro filho [afinal tem de haver loucos que contribuam para a taxa de natalidade deste país], terceiro filho e terceira gravidez atribulada, muito mais atribulada que as anteriores, que me enviou para casa muito mais cedo. Se perdi em sossego com tanta atribulação, ganharam os meus filhos que continuam a entrar na escola às 9h mas são os primeiros a sair, os banhos e jantares deixaram de ser a correr, têm tempo para tpcs e para brincadeira, se tiverem de ficar em casa ficam com uma mãe ausente de culpas parvas por não estar a trabalhar e a minha disponibilidade mental é completamente diferente.
E este relambório todo para admitir que apesar de tudo, profissionalmente tenho muita sorte com a entidade patronal e com as minhas chefias[trabalhei muito para isso, também], que em situações normais, apesar do pouco tempo que tenho para os meus filhos [uma hora a correr de manhã e duas em sprint à noite ] tenho um emprego, um ordenado, posso faltar quando os meus filhos precisam [com sentimentos de culpa, é certo, mas posso], também sei que não há vidas perfeitas feitas de dias perfeitos e por isso tento olhar sempre para o lado positivo e aproveitá-lo ao máximo para enterrar o menos bom, mas sou humana e como tal sou cheia de imperfeições que não me permitem olhar impavidamente para as injustiças e passar por cima delas sem que me afectem. Afectam, muito e, apesar de toda a "sorte" que sei que tenho, também sei que se não tivesse filhos e se a minha disponibilidade para com o meu local de trabalho fosse total a minha conta bancária não andava pelas ruas da amargura, o estacionamento do meu carro era outro e até o carro era outro e não dependia da minha conta bancária.
Flexibilizar? Claro que sim, principalmente as mentalidades!
28.4.11
28 de Abril - A Revolução
[repost - o meu contributo para A Revolução mais do que necessária, imprescindível para um Portugal melhor, mais forte e muito, muito melhor preparado]
O que eu preciso mesmo é de ter tempo para ser mãe, mais mãe ainda. Sim, dá-me jeito ganhar mais para fazer face aos sobressaltos, para pagar a natação, a capoeira, o futebol, os dvds, os jogos, os livros, as camas novas porque já não cabem nas antigas, pagar a conta da EDP porque o aquecedor ficou ligado toda a noite porque estava um frio de rachar, para encher o depósito de gasolina e andarmos a passear, para não ter de me preocupar com as contas.
O meu papel de mãe não está à venda. Eu não quero poder trabalhar mais horas, eu quero é poder ser mãe mais horas. Quero poder, nem que seja só quando o rei faz anos, ir buscar os meus filhos a meio da tarde, só porque sim e, acabarmos o dia no parque ou na praia ou no cinema. Quero poder ir todos os dias à capoeira, ao futebol, à natação ou ao piano, quero lá estar, a ver, a incentivar ou mesmo a "secar". Quero poder chegar a casa e demorar uma hora e meia a fazer um jantar que é comido em 15 minutos. Quero poder sentar-me com ele a fazer os trabalhos de casa ou a ver um filme antes do jantar. Quero poder ficar sentada na tampa da sanita a conversar enquanto ele toma banho. Quero continuar a ser eu a deitá-los, quero dar o beijo de boa noite com eles ainda acordados. Quero ser eu a enchê-los de beijos ao acordar e se tiver de os stressar de vez em quando para não me atrasarem, seja, mas o meu papel de mãe não se troca e não há dinheiro que me pague para eu abdicar do pouco que consigo.
Eu não preciso de muito para ser feliz, é um facto, mas com mais tempo eu seria muito mas muito mais feliz.
27.4.11
13.4.11
dia concha
Há dias assim. Dias em que uma conversa me faz pensar no que não quero, porque não, porque não vale a pena, porque... porque não quero! E depois das lágrimas que até lavam a alma vem a ressaca, à séria, o humor que vai por ali abaixo de mãos dadas com o optimismo seguidos da boa disposição deixando no lugar deles a tristeza e, não há quem, nem o que os faça voltar para trás. São dias de concha em que não apetece dizer nada, fazer nada a não ser dormir e esperar que amanhã seja um novo dia e que os três amigos que saíram porta fora já tenham voltado e tenham mandado embora a amiguinha que cá deixaram.
Grey's anatomy
nos dias menos bons é uma série muito terapêutica: se me abstrair da parte romântica, das cenas de quem dorme com quem e me concentrar nas histórias dos pacientes fico com a imagem da sorte que tenho e deixo de pensar em tudo o que puxa para baixo.
das poucas coisas que não consigo mesmo evitar e que me tiram do sério
Sou muito, muito independente [todos temos defeitos] e se há coisa que me custa horrores é ter de pedir alguma coisa a alguém. Para ajudar alguém faço-o sem espinhas e nem penso duas vezes, já para mim é como se perdesse a espinha dorsal e faço-o só mesmo em desespero de causa. Quem me conhece muito bem sabe-o, quem me conhece razoavelmente e pensar no assunto rapidamente chega lá. Não se trata de orgulho, nem de mania de self-made-woman, nem pudores por ter de retribuir, é hábito ganho a custo, mas ainda assim um hábito que vem de longe. Explica-se facilmente: se não tiver de me colocar em semelhante posição não me decepciono, além disso há coisas para as quais pedir ajuda é como se eu tivesse falhado [que pelos vistos falhei] em algo que era obrigação minha e, não tivesse conseguido dar a volta sozinha. Por estas e por outras não peço, aliás peço, quando já estou enterrada num poço com água até ao pescoço.
E isto tudo vem a propósito que se peço alguma coisa significa que já contorci não sei quantas vértebras antes de proferir uma palavra que indique que preciso de algo, concluir o pedido significa que a minha coluna já se revirou e se a quem pedi algo me responde que sim e depois me deixa em espera é coisa para as vértebras trocarem todas de lugar num jogo parvo de cadeiras e eu ficar pior que uma barata.
Quando alguém me pede algo, viro-me e reviro-me para ajudar, já fiquei muitas vezes sem camisola porque alguém tinha mais frio do que eu e, se digo que sim é sim e não preciso que mo lembrem, tenho um cantinho no cérebro para essas coisas.
Basicamente, é uma merda, depender dos outros seja para o que for e irrita-me que o Cosmos me continue a por à prova em algo que eu sei que tenho razão.
12.4.11
agora que parece que chegou o calor e tal
se vão começar a tirar fotos aos pezinhos na havaina, na chinela ou descalços, por-amor-da-santa arranjem-nos primeiro, sim?
Agradecida
6.4.11
31.3.11
do tempo
Baralha-me a rinite. Ora está frio e húmido, ora está sol e calor. Prefiro a segunda, obviamente. Eles também e hoje inaugurámos oficialmente a época de praia com idas ao banho e tudo [só de um é certo, que o mais novo não é amigo de água do mar e eu prefiro temperaturas mais quentes para banhos].
Se há uns tempos atrás me queixei por não tempo nem horários para estar com eles, agora que tenho essa benesse aproveito-a ao máximo. Normalmente saem da escola antes das quatro da tarde e mesmo que seja para virem para casa, estão juntos, estamos juntos. E gosto desta nova rotina de lanches em casa e banhos tomados a horas decentes, tempo para tpc's e para brincar.
Ganham eles e ganho eu, muito.
30.3.11
empolgada

com o telefonema que acabei de receber. É muito bom, quando damos o melhor de nós em algo, que esse trabalho é reconhecido e que recorrem a nós quando se inicia um novo projecto.
Sim, sem falsas modéstias, dei o melhor de mim, esforcei-me c'omo caraças, atingi resultados que nem eu esperava e agora telefonam-me para saberem se eu estou disposta a ajudar num outro projecto. Sim, estou mesmo orgulhosa de mim. Venha de lá esse projecto.
29.3.11
experiências
Finalmente este fim de semana experimentei a outra funcionalidade da iogurteira e fiz gelado de banana. Ficou tão bom que o esquisitinho dos doces, o T., já me pediu para fazer mais. A próxima experiência vai ser dois em um como a máquina: gelado de iogurte.
[obrigada Mary, pelo presente fantástico, uso não lhe tem faltado]
e quem diz pai, diz mãe
e é verdade, eles vêem tudo, mesmo quando parece que estão distraídos. E o que não virem, chega-lhes um dia às mãos, mesmo sem procurarem.
A verdade vence sempre!
síndrome de traça
Tenho andado entregue aos livros, o que me tem sabido pela vida e me ajuda a descansar [o que não é fácil quando é obrigação]. O último nem aqueceu, se no fim de semana quase não lhe peguei, no domingo à noite vinguei-me e, estava tão absorvida que tive de me obrigar a dormir, senão lia-o todo de rajada. Ontem acabou. E o chato destes livros é que quando a história acaba fica uma espécie de vazio e normalmente o seguinte fica aquém, veremos. Hoje começa uma nova história.
28.3.11
eu e a minha veia "querido mudei a casa"

Se a coisa por que me pélo é por uma boa obrinha. Adoro. Mas adoro mesmo! Escolhi mal a profissão, é o que é.
Nem consigo descrever o gozo que me dá imaginar soluções, estudar os mínimos detalhes das tomadas e pontos de luz para que fique tudo o mais funcional possível, as aberturas das portas, a ausência de portas, o armário x que te de ficar ao lado do armário y para ser mais fácil arrumar a loiça quando sai da máquina, um sem fim de pormenores que me assaltam em catadupa quando olho para uma casa e mentalmente a renovo do chão ao tecto. E depois, os materiais... o que gosto de ver materiais e seleccioná-los mentalmente para este ou aquele fim, escolher as tintas e os efeitos que vou querer fazer nas paredes a condizer com toda a decoração que já imaginei até ao mais ínfimo detalhe. Há quem não goste de obras e entendo, mas eu podia viver disto com todo o gozo.
24.3.11
verdades
"As adversidades não tornam as pessoas nem melhores nem piores. Apenas nos revelam como são."
[autor desconhecido]
5 anos depois
de ter jurado a pés juntos que não teria mais nenhum filho, cá estou eu, à espera do terceiro [três foi a conta que Deus fez]. E cinco anos depois repete-se, a barriga a crescer, um bebé aos saltos que cresce dentro de mim, os preparativos para a sua chegada, o entusiasmo do T. [esta criança nasceu para ter irmãos] que contagia o A..
Cinco anos depois a gaveta vai-se enchendo, lentamente, de roupas minúsculas, desta vez novas porque dei tudo o que foi do T. e do A.. O T. derrete-se encostando a si bodies que parecem de brincar, na tentativa de visualizar o tamanho à chegada do novo membro da família.
Mas 5 anos depois e, apesar dos percalços já vividos e de este não ser um estado com que delire, estou a viver esta gravidez com uma serenidade muito diferente das outras. A gravidez do T. não foi nada fácil de um ponto de vista psicológico, estava ansiosa de o ter cá fora, de lhe pegar de o ver, a do A. ainda que mais calma, foi vivida quase como se de uma obrigação se tratasse, pois não gostava de estar grávida mas não queria um filho único, foi tipo missão a cumprir. Ainda não estou ansiosa que saia cá para fora, afinal ainda há um verão inteiro para aproveitar de sol, praia e miúdos a mergulhar para a piscina e é este sentimento de falta de pressa que torna tudo tão diferente. Com toda esta calma aproveito ao máximo para mimar os meus filhos, para estar com eles e desfrutar da sua companhia. Mais do que pelos sustos, esta gravidez vai ser recordada pelo desfrute dos meus filhos, pelo elo entre nós que se aperta cada vez mais.
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