13.4.11

das poucas coisas que não consigo mesmo evitar e que me tiram do sério

Sou muito, muito independente [todos temos defeitos] e se há coisa que me custa horrores é ter de pedir alguma coisa a alguém. Para ajudar alguém faço-o sem espinhas e nem penso duas vezes, já para mim é como se perdesse a espinha dorsal e faço-o só mesmo em desespero de causa. Quem me conhece muito bem sabe-o, quem me conhece razoavelmente e pensar no assunto rapidamente chega lá. Não se trata de orgulho, nem de mania de self-made-woman, nem pudores por ter de retribuir, é hábito ganho a custo, mas ainda assim um hábito que vem de longe. Explica-se facilmente: se não tiver de me colocar em semelhante posição não me decepciono, além disso há coisas para as quais pedir ajuda é como se eu tivesse falhado [que pelos vistos falhei] em algo que era obrigação minha e, não tivesse conseguido dar a volta sozinha. Por estas e por outras não peço, aliás peço, quando já estou enterrada num poço com água até ao pescoço.
E isto tudo vem a propósito que se peço alguma coisa significa que já contorci não sei quantas vértebras antes de proferir uma palavra que indique que preciso de algo, concluir o pedido significa que a minha coluna já se revirou e se a quem pedi algo me responde que sim e depois me deixa em espera é coisa para as vértebras trocarem todas de lugar num jogo parvo de cadeiras e eu ficar pior que uma barata.
Quando alguém me pede algo, viro-me e reviro-me para ajudar, já fiquei muitas vezes sem camisola porque alguém tinha mais frio do que eu e, se digo que sim é sim e não preciso que mo lembrem, tenho um cantinho no cérebro para essas coisas.

Basicamente, é uma merda, depender dos outros seja para o que for e irrita-me que o Cosmos me continue a por à prova em algo que eu sei que tenho razão.