Caixa dos fios

6.8.11

P de Portugal e de pissada

Hoje ao ver o Masterchef versão portuguesa concluí que Portugal é o país da pissada.
Depois de passar os olhos pelo Biggest loser versão americana e pela versão portuguesa já tinha desconfiado, mas como não segui nem uma versão nem outra não liguei. O Masterchef Austrália sigo sempre que posso, sigo e gosto. De todos os reality shows das várias nacionalidades que já passaram à frente destes olhinhos, não há como as versões australianas. Os australianos são educados, são polidos, não têm o exagero de show dos americanos e muito menos a má criação dos portugueses. Por cá gostamos de sobressair através da desgraça dos outros. Basta que alguém esteja numa posição de desvantagem [mesmo que em posições diferentes dentro do programa], para que outro "lhe salte em cima" com uma pissada à moda antiga [um dia destes ainda vemos alguém a levar uma sova de cinto]. Já vi muitos episódios do Masterchef Austrália, já vi os chefs darem raspanetes nos concorrentes, mas são tão softs em relação ao que estamos habituados a ver por cá que que acho que chamar-lhe raspanete é forte demais. Vejo os chefs a ajudarem e darem força aos candidatos, ao contrário, por cá gostam de baralhar, de retirar confiança, fazem comentários perfeitamente despropositados e muitos roçam a má-criação.
Do programa não gostei, mas o que gosto ainda menos é de saber que os modos usados nestes programas são os nossos e de facto são um espelho do que se passa no mundo cá fora, longe das câmaras. Vivemos no país em que, podendo, se trata o colega do lado com desrespeito, onde muitos chefes e patrões se sentem no direito de falar com os seus funcionários como se fossem crianças na escola ou, melhor, filhos desobedientes porque acho que já nem os professores tratam os seus alunos como algumas destas pessoas. Mas depois ficamos muito indignados [para não dizer lixados] quando vem alguém de fora dizer que somos assim ou assado, tal como qualquer pai ou mãe que se demitiu da responsabilidade de educar um filho e quando chamado à atenção ainda quer fazer crer aos outros que estão todos errados e que a criança fez muito bem em mandar a professora à merda.