Um dia destes um amigo disse-me "- Andas a escrever pouco, gaja..." e, aquilo ficou-me a morder. Já não é o primeiro que me diz e, eu própria, sinto-o quando abro a caixa de mensagens e não me sai nada. Não tenho tido aquela sensação "isto dava um post". A verdade é que desde miúda que gosto de escrever. Tive a fase diário que passou a fase de folhas soltas depois de ter sido descoberto. Escrevi muita coisa que se perdeu com o tempo. Tudo, aliás, não guardei nada. Nem sempre gosto de me ler, e por isso [também] gosto que me leiam em voz alta o que escrevo. Talvez seja apenas uma aproximação de tentar perceber como os outros me lêem, mas gosto.
Há uns tempos atrás [não muito] fizeram-me um convite para escrever. Estremeci. -Eu??? Porquê eu? Pedi explicações e deram-mas. Senti-me nas nuvens. Alguém [a quem eu admiro a escrita] convidou-me para eu escrever. O tema não era fácil e não me senti à vontade nem para escrever, nem para dar a continuidade que era necessária. Com pena, recusei.
Hoje, e a propósito de tudo o que se tem passado e do que sinto em relação ao que escrevo, estive a reler muitas das coisas que escrevi na blogoesfera.
Outros tempos, outra escrita, outra vontade ou talvez, só e apenas, outra motivação. Mas a verdade é que tenho saudades, de no sossego do meu período zen de-crianças-a-dormir, me sentar com o pc à frente e deixar os dedos percorrerem o teclado. Tenho saudades da inspiração. Não estou cansada da blogoesfera, aprendi muito aqui, conheci pessoas, fiz amigos fantásticos e, aqui não perco o que escrevo, mas falta-me tempo e inspiração.
Hoje ao reler tanto do que escrevi, tive aquela sensação: -Porraaaaa... eu escrevi isto!
Quem os leu pode ou não ter gostado, eu própria gosto mais de uns do que outros, mais pela forma do que pelo conteúdo.
Já escrevi muito e tenho pena [muita mesmo] de não me sentir inspirada.
[há-de voltar, espero]
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