8.5.09

Fada do lar


Quem conhece o meu mundo sabe que sou organizada e arrumada. Nem sempre fui assim, ainda me lembro que quando vivia com a minha avó ninguém podia entrar no meu quarto e muito menos mexer nalguma coisa. Eu era organizada no meio do caos. Roupa por todo o lado, livros, papéis, sapatos, tudo espalhado, mas eu sabia sempre onde encontrar tudo. A minha avó enlouquecia com aquilo e recusava-se [abençoada] a entrar no meu quarto.
Poucos anos depois fui morar sozinha. A casa parecia um pardieiro. Velha, o chão de madeira todo manchado, a entrada da casa era a cozinha e a casa de banho ficava na varanda, eram umas águas furtadas perto da Graça, um nojo. Habituei-me, não só a ser arrumada, como a manter tudo arrumado. Daí a maníaca da limpeza e da arrumação foi um tirinho. Só à 3 anos atrás, quando estava grávida do A., é que me dei ao luxo de ter empregada, graças a uns discos na coluna que me dizem que não posso passar a ferro. Gosto de ter tudo arrumado e limpo à minha volta. Se chegar a casa e tiver a casa de pantanas a minha vontade é rodar nos calcanhares e voltar a sair. Mas a conjuntura não está para empregadas a dias e tive de dispensar a Rosinda, que tanta falta me faz. A minha casa é grande, mas felizmente não está atravancada de tarecos que dificultem as mal-fadadas tarefas domésticas. Ainda assim, não me parece grande programa, numa sexta-feira à noite andar a faxinar. Mas ou era na sexta ou durante o fim de semana. Prefiri despachar a coisa e passar o fim de semana de papo para o ar. Ahhh, mas logo que consiga, garanto que uma parte do meu ordenado vai servir para trazer a Rosinda de volta, aí vaí, vaí.