7.5.09

o bluff dos fortes


Foto: Olhares

Se olharmos para um gato, não nos parece grande ameaça, claro que pode morder ou arranhar, mas enquanto bicho não nos mete grande medo. Goste-se ou não de gatos, têm um ar inofensivo e são pequenos. Se olharmos para o mesmo gato quando se sente ameaçado, ele cresceu, o arrepiar do pêlo concede-lhe um aumento de tamanho considerável. Serve de arma, não para ataque, mas para defesa. Este fenómeno acontece com a maioria dos bichos, principalmente dos mais pequenos. Depois há outros que se camuflam, deitam venenos, etc., existe uma panóplia de fenómenos usados no reino animal. Nenhum deles é usado por vaidade ou só porque lhes apetece. Ninguém está a ver um rato a pensar, - olha a Dona Cobra, vou desfilar à frente dela de pêlo em pé para lhe pregar um susto", [dahhh, os ratos não são assim tão estúpidos]. Nada disto é usado para dar gozo.
No que toca ao reino dos Homens também são usados "fenómenos" destes. Geralmente quem se sabe mais forte que o opositor não precisa de se inflar todo para que o outro trema que nem varas verdes, basta-lhe saber que é mais forte. Por outro lado, também existem muitos que se acham menos fortes, porque por e simplesmente nunca tiveram de testar as suas forças, ou não estiveram para se dar ao trabalho.
Pessoalmente, acho que todos os que se olham ao espelho e vêm no seu reflexo a força que têm esquecem-se que essa força pode não ser assim tão grande. Há que ter em conta a força do outro. E tenho para mim, que dentro da imagem de um rato pode estar apenas um rato ou um verdadeiro Hércules. Por isso e pelo via das dúvidas sou sempre a favor de não menosprezar o inimigo, mas também posso sempre insuflar-me e ranger os dentes caso me sinta ameaçada. Se o inimigo for inteligente o suficiente [não é preciso ser muito] terá algum respeitinho e provavelmente não partirá para cima de mim tão à-vontadinha.
Lembro-me da minha gata com 2 meses, minúscula toda assanhada a fazer recuar um Serra da Estrela, claro que ele com um espirro a atirava em voo até à janela do prédio da frente, mas o cão era inteligente e achou por bem não menosprezar aquela coisa mínima que se insurgia não o deixando chegar perto.
A força das pessoas mede-se pela capacidade que têm para usar as armas de que necessitam para se defender em caso de ataque e não pela força bruta.