O A. tem dormido comigo. Todas as noites, mesmo que adormeça na cama dele, acaba na minha. Não me importo. Até aos 18 meses o T. sempre dormiu no meio dos pais. Podem vir com teorias, mas a mim o que a experiência diz, é que mimo nunca é demais. Mas como dizia, o A. tem dormido comigo e, ontem, enquanto o enchia de mimos, beijinhos, festinhas e lhe dizia incansavelmente o quanto gosto dele, ao que ele respondia de pronto, "e do Ye" [o T.]. Durante estes momentos lembrei-me daquele ser tão pequenino, acabado de nascer, inchado por culpa do cordão umbilical à volta do pescoço, do ar de anão zangado ou de Mr. Magoo [nunca consegui perceber com qual era mais parecido], do choro durante duas horas até chegar o resultado de uma análise que fez com que o tirassem de perto de mim durante a espera. E ontem, tão crescido, mas tão pequenino, ali enroscado em mim, a sentir-lhe o cheiro a papa, as mãos pequeninas a fazerem-me festas no braço, as caretas do esforço do mimo quando me agarra como se quisesse voltar a viver dentro da minha barriga.
Não me quero esquecer nunca do que sinto nestes momentos. Nunca.
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