Na maioria dos casos que conheço [ou todos mesmo] as mães são seres chatos que interrompem as brincadeiras das pobres criancinhas e as obrigam a ir para a mesa, a comer a sopa, a usar o guardanapo ou a lavar as mãos. Sim os pais também o fazem, mas perdoem-me, muitas das vezes não estão para se chatear e olham para o lado a assobiar em vez de darem dois gritos à descendência para que aperte o casaco que estão 6º lá fora, afinal o carro está já ali. As mães são as histéricas que gritam depois de pedirem pela terceira vez que desliguem a água do duche quando a criança está prestes a ficar mais engilhada que um Shar-pei, claro que isto ao pai não acontece porque o super-pai-amigo dá banho à criatura pequena não vá ela levar a família à ruína com a conta da água. Mães e pais enchem as crianças com mimo e isso é bom, mimos no verdadeiro sentido da palavra não estragam ninguém, já a falta dele...
O ponto aqui é que alguns pais absolveram-se da figura respeitável que durante muito tempo estava ligada ao nome pai, felizmente em muitos casos, porque a figura de pai autoritário não fica bem a ninguém, mas nalguns casos passaram para o lado inverso, tornaram-se os amiguinhos. São pais que parece que têm medo de levantar a voz, de contrariar a criancinha [não vá ficar traumatizada], parecem-me pais que têm medo que os filhos os venham a preterir e para evitar essa calamidade vale tudo, inclusivé, demitirem-se do seu papel de educadores. As mães que conheço [uma cambada de histéricas na qual me íncluo] às vezes fecham os olhos e também assobiam para o lado quando a coisa não vale a pena, mas quando a mostarda chega ao nariz... aí há dois gritos à moda antiga, há castigos e às vezes um enxota moscas no rabo [sim, não conheço ninguém traumatizado por levar uns açoites no rabo, a não ser os próprios que os dão]. Claro que felizmente também há pais que o fazem e infelizmente há mães que não o fazem. Há de tudo como na farmácia. O busílis da questão está naqueles que com medo de educar mal acabam por não educar. As crianças precisam que os pais sejam pais e que as mães sejam mães, amigos vão fazer e desfazer toda a vida, pais só os que têm. De nada vale estarmos com medo de assumirmos os nossos papéis, é com eles que temos de viver desde que a criança nasceu.
Sou a favor do mimo, muito, mas sou também a favor das regras. Com o mimo os meus filhos crescem fortes, com as regras crescem seguros. O corte do cordão umbilical não nos separa, mas aumenta em muito a responsabilidade e os pequenos seres que agora, a esta hora estão na cama, vão ser adultos amanhã e é disto que eu me faço lembrar todos os dias.
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