Caixa dos fios

10.1.09

lei das compensações

Depois de uma manhã enfiada em casa a fazer de doméstica, porque estava tudo virado do avesso, resolvo sair e tratar de pendentes que tenho vindo a adiar.
Primeiro pendente: ir à loja da TMN do outro lado da cidade para arranjarem a porcaria do telemóvel da Imaginarium que tive a triste ideia de comprar para o T.. Pois, que não podia ficar a arranjar porque só levei o papel (carimbado) da garantia e não levei a factura. [Alguém me explique para que serve o papel da garantia, sff.? Antecipadamente agradecida!]. E, que o técnico não sabe se pode inactivar a tecla da ambulância [Não sabe?? E não há-de dar porquê? Então o miúdo vai andar eternamente com o telemóvel a fazer chamadas involuntárias para o INEM? Que aquela porcaria ao mínimo toque lá está o Sr. pendurado do outro lado a tentar perceber qual é a urgência]. Odeio a TMN, odeio a Imaginarium e odeio sentir-me enganada. Viva a vodafone!!
Segundo pendente: ir à loja Nespresso ao lado do Corte Inglês comprar cápsulas, desisto mal entro, a fila está até à porta e não anda, vai de encomendar pela net, que eu não tenho pachorra para estas coisas.
Terceiro pendente: verificar o ar dos pneus e pôr água no mija-mija. Chego à bomba, toca de abrir o capôt, atesto o depósito da água e quando me preparo para ver o ar dos pneus, o dono do carro ao lado [muito bem "apessoado" e com bom gosto para carros, diga-se em abono da verdade] que também ele estava a ver os pneus do jipe, pergunta-me:
- Boa tarde, vai ver o ar dos pneus?
- Boa tarde, estava a pensar nisso.
- Se quiser, posso ver. O desse lado não funciona...
Apanhada desprevenida, não consigo decidir entre a mulher emancipada, ou agradecer a ajuda e ficar ali a vê-lo de cócoras a ver o ar dos pneus do meu carro. Fez-me um sorriso enquanto dava a volta ao carro de mangueira em punho. Está decidido, está muito frio para tirar as mãos dos bolsos.
- Se não fôr incomodo, agradeço-lhe.
- Quantos bars?
-2,3! Respondi , a segurar-me para não fazer um trocadilho com os bars e os bares.
E lá esteve ele de cócoras a verificar o ar dos pneus, agradeci-lhe a gentileza e pisguei-me dali para fora.
Ainda de telemóvel avariado e sem cápsulas de Nespresso, mas com ar nos pneus, lá fui eu beber um cappuccino à esplanada de sempre.