Caixa dos fios

11.11.10

do que mais me impressiona

São as pessoas que se juntam aos apelo de tornar o Natal de algumas crianças num verdadeiro Natal em vez de mais um dia que só seria diferente pelo amontoado de lixo que se vê espalhado pelos caixotes atolados.
São as pessoas que independentemente do seu orçamento ser limitado, cortam onde podem, apenas porque há quem esteja em pior situação.
São as pessoas que independentemente da localização geográfica, transpõem as fronteiras da distância apenas com o intuito de colar um sorriso no rosto de uma criança.

Tenho recebido dezenas de emails, existem centenas de anjinhos por distribuir e, todas as noites quando me sento à frente do computador a ler e a responder todos os emails do dia, renovo a minha esperança nas muitas pessoas que apadrinham estes anjinhos.

Confesso, que apesar de ser uma infelicidade existirem por esse país fora crianças necessitadas é com enorme satisfação que ano após ano abraço esta causa. Os anjinhos de Natal do Exército de Salvação fazem parte integrante do nosso Natal, para nós, cá em casa, Natal sem anjinhos é como Natal sem árvore, literalmente.
E no dia em que me chegam os primeiros penso sempre, lá vou eu outra vez, andar numa roda viva e, eu que sou humana como as outras pessoas também vacilo, porque estou cansada, porque tenho uma vida de correria e porque é muito mais fácil ter uns momentos de ócio a vegetar à frente da televisão do que me agarrar ao computador a responder a emails mas, e o gozo? Sim, o gozo que me dá entregar cada um destes anjinhos, saber que de alguma forma eu participei um pouco no alcance de alguma felicidade destas crianças? Há 10 anos que todos os Novembros da minha vida são invadidos por anjinhos, todos os anos tenho conseguido, com a ajuda de todos os que abraçam a causa e que a divulgam, conseguido aumentar o número de anjinhos por mim entregue, ano após ano tenho tentado absorver os anjinhos de que outros desistem. Não consigo, nem quero desistir, não conseguiria olhar para o lado e ignorar que há crianças sem um presente, um embrulho comprado especificamente para elas. Afinal é Natal e devia ser todo o ano, mas infelizmente é nesta altura que a maioria das pessoas que são necessárias para ajudar estão mais "abertas" a abraçar as causas. Afinal é Natal e, enquanto eu tiver meios, porque a disponibilidade somos nós que a fazemos, os nossos Natais terão sempre anjinhos.