Já fez um ano que resolvi dar o grito de liberdade, virar a minha vida do avesso, sacudi-la do pó que tinha juntado ao longo dos anos para poder esticá-la qual colcha lavada em cama a cheirar a amaciador e sol.
Foi um ano duro, confesso, mas tem valido a pena. Ao longo do último ano aprendi mais sobre mim, sobre quem realmente sou, do que talvez em anos.
Tornei-me independente, senhora do meu nariz, estabeleci novas metas, ultrapassei obstáculos e cresci, cresci muito. Aprendi que a força vem de dentro, das crenças que alimento, dos objectivos a que me proponho. Tornei-me melhor mãe, melhor pessoa e muito melhor amiga. Testei a minha paciência e descobri que, no meio da minha impaciência, tenho uma calma que desconhecia.
Descobri que a vida é curta de mais para deitar tempo pela janela. Que existem pessoas por quem não vale a pena perder um segundo ou dizer mais do que o necessário e, que existem pessoas que merecem que largue tudo e vá a correr à primeira chamada. Finalmente, senti o verdadeiro valor da amizade. Vi com quem posso contar e de quem escuso de esperar alguma coisa.
E, talvez por isso ou por apenas ter acordado, sinto-me premiada pela vida, neste último ano senti que entrei na estrada certa, que tinha andado perdida por entre atalhos e vielas e, que agora sei qual é o caminho. Finalmente acertei.
Agora, olho para trás, para o último ano, para os que o antecederam e vejo a luta, o esforço sem me esqueçer de todas as lutas que enfrentei, todas as barreiras que tive de derrubar, das noites sem dormir, das aflições por que passei ou das lágrimas que chorei. Não me esqueço, porque tudo isto me diz de onde vim e só assim tenho verdadeira noção onde cheguei e de quem sou.
E, por saber tudo isto, tenho um orgulho em mim própria que não consigo descrever mas do qual não me quero, nem posso esquecer.
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