Eu poderia meter todas as minhas coisas em caixotes, depois, móveis e caixotes numa camioneta [ok, não era eu, mas os senhores da transportadora], depois descarregavam tudo, não a poucos km, mas a alguns mais. Passaríamos alguns dias a desencaixotar tudo e a arrumar nos novos sítios. Mas o importante seriam os novos sons, as novas rotinas, a nova paisagem, enfim, a nova vida. Acordaríamos com vista para a planície [ou para o ribeiro onde os patos se banham], no Verão tomaríamos o pequeno-almoço sentados na mesa do alpendre, depois da primeira refeição do dia, iria levar as crianças à escola e iria tratar do meu ganha pão. À tarde, iria buscá-los novamente e lanchariam em casa, canecas de leite e pão alentejano com doce caseiro [sim, sei fazer doce!]. De barriga cheia iriam trepar a árvores, chatear os patos no ribeiro ou até mesmo jogar à bola e eu andaria entretida na horta em busca de inspiração para o jantar. Os banhos a seguir aos trabalhos de casa seriam tomados ainda com o sol à vista e o jantar seria servido no cair da noite. As noites teriam grilos e cigarras como músicos e depois dos miúdos estarem na cama, sentar-nos-íamos no alpendre a beber café com um cão deitado aos nossos pés.
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