Antes de me deitar vou sempre ao quarto deles, um beijinho, uma festinha, um tapar, um apanhar de chucha ou apenas um toque ao de leve. À duas noites atrás, não foi excepção, ao tapar o T. ele sentiu-me e agarrou-me na mão e ficámos assim, de mão dada, o A. na cama ao lado sentiu-me, enquanto eu de cócoras estava apoiada na cama dele, puxou-me a mão e deu-me a maozinha dele. Fiquei, assim, de mãos dadas, uma a cada um e, de repente, ocorreu-me, se fossem três ficava um de fora. Eu, que tinha passado grande parte da noite a marterizar-me com o facto de o meu útero estar envelhecido e que provavelmente não terei o tormento de mais uma gravidez nem a alegria de ter mais um filho, fui -me deitar com um sorriso descansado.
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