Caixa dos fios

12.11.08

Juro que esta é das coisas que me tira mais do sério.

Não sou gaija de me arrepender do que faço, posso até arrepender-me de não ter contido alguma frase que se me escapou durante uma diarreia mental em que acabo por dizer o que não quero ou da forma menos comedida, mas como com quase toda a gente, não há dias em que sai tudo e não há quem segure. Mais fácil é arrepender-me de não ter feito, não falo de nada em concreto, falo de coisinhas ou de grandes tomadas de decisão, é indiferente. Na altura até posso ter pensado em fazer e depois com a ponderação em demasia e levada por aquilo que na altura achei bom senso, acabei por não fazer. Prefiro uma má decisão do que viver na dúvida, isto quando se trata de grandes decisões é trigo limpo e só de pensar que poderia ter experimentado e não o fiz, remoer o como poderia ter sido... é muito pretérito imperfeito para mim. Não gosto deste tempo verbal e como tal evito usá-lo.
Nas pequenas coisinhas isto pode até nem ter assim tanta importância, mas eu sou daquelas que às vezes venho distraída com os meus botões e fico a remoer porque podia-ter-abrandado-um-bocadinho-e-o-senhor-ou-a-senhora-que-estava-no-cruzamento-podia-ter-entrado-e-agora-vem-aí-uma-fila-que-não-acaba-e-ele-ou-ela-ficaram-ali-parados, não é importante, mas chateia-me. Claro que isto é a minha auto-crítica e por esta pequena amostra se não perceberam eu explico em duas palavras, detesto falhar! Também gosto muito de fazer as coisas à minha maneira, mas tenho aprendido que às vezes uma recolha de opiniões de fora ajudam muito, assim como pequenos avisos ou sinais encapotados ou não que os outros nos vão dando. Da mesma forma que não gosto de falhar, não gosto de desiludir, principalmente a mim, até porque volta meia volta vai haver sempre uma atitude, uma palavra, um gesto ou simplesmente um olhar que deixará alguém desiludido, mas a mim própria, não posso.