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dezembro
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29.12.08
Saber esperar [rápido!]
Quando quero alguma coisa, quero já, detesto esperar. Eu até vejo vantagens na preparação de algo, a sério que sim, mas a parte de esperar que o forno faça o servicinho enquanto eu fico ali do lado de fora a espreitar por entre o vidro e vou contando as marcas de assados anteriores irrita-me. Não consigo ter calma. Não na espera. Não consigo esperar por fermentações, fervuras e tostadelas. Gosto de micro-ondas, de chaleiras eléctricas, de placas vitrocerâmicas, de máquinas de café expresso. Gosto, põe-se a capsula e já está, não há esperas. Grávida 9 meses? Que horror! Eu queria um filho, não uma gravidez. Custaram-me muito, contava não apenas as semanas, mas os dias, desde o primeiro, um suplício com a duração de 40 semanas certinhas [x2]. As contagens decrescentes deixam-me ansiosa, mesmo sabendo quanto tempo falta. Fazer contagens decrescentes sem saber em que número vou assusta-me e, eu não gosto de mim assustada. Não raciocino, ou raciocino demais, o que nem sempre é positivo para o que se tenta alcançar. Tenho medo das contagens decrescentes, quando sei em que número vai e quanto falta para lá chegar, algures entra-se no sprint final e, é aqui que se define quem passa a meta ou quem perde as forças. A expectativa corrói-me. Nunca desisto de nada em que acredito, mas confesso que a ideia de fingir que não estou a participar, ignorar que existem apoiantes a torcer por mim, uma meta e um lugar no pódio à espera, por vezes me parece demasiado tentadora [se eu parasse de correr, assobiasse para o lado e cruzasse a meta como se não fosse nada comigo era tão mais fácil, afinal não sei quanto tempo falta para a meta].