Caixa dos fios

4.4.10

Viagens [ou como a vida pode ser doce]

Uma das grandes vantagens de um divórcio são, sem sombra de dúvida, os recomeços. Permitem-nos renascer, renovar, recriar e sobretudo reencontrarmos-nos.
Na primeira viagem cometem-se erros, atiramos-nos de cabeça só porque sim, porque é normal, porque é o que temos como certo que se deve fazer, assim a modos que um inter-rail de mochila às costas e logo se vê onde nos leva. [Nem sempre é onde queríamos ir]. Depois de uma longa viagem cheia de bagagem pesada, em que um carrega mais do que o outro, com destinos mal estudados em que nos deixamos ir só porque é mais cómodo ou porque por uma série de outras razões não conseguimos mostrar o nosso destino pretendido.
Afinal a vida não passa disso mesmo, uma série de viagens que temos pela frente, umas mais curtas, outras mais longas, mas não deixam de ser viagens.
Na segunda viagem preparamos-nos, olhamos para o mapa, analisamos o percurso, as estações, a meteorologia e só nos metemos a caminho quando temos a certeza de que vale a pena. E falo de viagens a dois, logo a escolha do ou da companheira de viagem é, provavelmente, o pormenor mais importante. Quem não achou que a primeira grande viagem da sua vida foi de facto "a viagem da sua vida", vai concerteza tentar fazê-la na primeira oportunidade em que lhe surja um destino que afinal era mesmo aquele onde sempre quis ir, a companhia que sempre idealizou mas não sabia que existia e o tempo até está bom para viajar e instala-se o frenezim de uma nova viagem, agora sem artigos desnecessários na bagagem, só o necessário e imprescindível para iniciar uma nova aventura acompanhados de quem vale mesmo a pena.