Caixa dos fios

7.3.10

o sexo e a cidade

Não somos quatro, mas três e há semelhança da série, somos amigas e hoje jantámos juntas. Não conversamos sobre temas como política ou economia. Falamos de nós, não falamos de sexo [quase nada, vá], mas falamos de homens, dos nossos, de roupa [na versão what not to ware - calções, não, definitivamente]. Somos muito diferentes umas das outras, mas temos um entendimento invejável. Apaziguamos as dores umas das outras, mesmo quando não as entendemos. Brincamos e há até quem meta o casalinho da mesa ao lado ao barulho no meio de uma brincadeira de telemóveis dando motivo para muitas gargalhadas.
Eu que raramente bebo e quando o faço é de forma muito comedida, porque para além de já ter cometido os meus excessos numa outra vida, tenho sempre presente que vou conduzir, fiquei "entornada" na primeira caipirosca mas rapidamente cheguei à segunda, já que os empregados do Estado Líquido deviam estar a achar graça à nossa mesa e resolveram entregar o nosso pedido a outras pessoas, retendo-nos nas saikirinhas e caipiroscas, nem vou mencionar o estado em que eu estava quando finalmente a comida chegou.
E a amizade é isto mesmo, e temos conversas sérias e a seguir rimos com um disparate qualquer que manda embora a nuvem que se aproximava. E é bom, é muito bom o que sentimos nestes dias, quando cada uma regressa à sua casa, à sua vida, porque quando estamos juntas sentimos sempre vontade de repetir.

[Se eu podia viver sem a M. e sem a Princesa? Podia, mas não era a mesma coisa]