Já passei por momentos de crise pessoal e Nacional que, quero pensar, foram bem mais sérias e sobrevivi, por isso desta também vou sobreviver, mas a verdade é que vejo a coisa muito preta para o meu lado. Na semana passada tirei umas horas para me sentar à frente de um excell e fazer continhas à vida. Acabei a coisa lavada em lágrimas [a mama não a vi]. Confesso que o cenário não é nada animador e, pior, não tenho espaço de manobra nenhum, nenhunzinho. Ora isto é muito triste, vinte anos a trabalhar, a tentar ser melhor e mais capaz, vi muita gente passar-me à frente [euros falando] e agora que a coisa se estava a compor, não só tenho uma porrada de despesas extraordinárias, como ainda vem o imposto extraordinário sobre o subsídio de Natal [o jeitão que me dava aquele dinheirinho para contrabalançar as despesas, snif...]. A juntar a isto nem me adianta esquecer-me por um minuto e brindar com champanhe ao ano novo e esperar que corra tudo melhor, porque é mentira. No meu caso não vai correr melhor, porque das duas uma: ou me sai o euromilhões ou recebo um grande aumento [acho mais provável a primeira, mais não seja porque por muito que tenha mostrado nestes quase 12 anos e meio, um ano fora é caso para servir de pretexto e ainda ter de agradecer] . Portanto nem nesta área a coisa me vai correr bem, hei-de ser atolhadinha de trabalho e shiueésequeressenãojásabes. Muito animador o meu panorama num futuro próximo. Com mais uma criança e mais um colégio para pagar, resta-me apertar ainda mais o cinto [até ficar roxinha de falta de ar] e deliciar-me com os meus filhos. Um dia há-de melhorar.
[e sim, eu sei, tenho uma sorte diabólica porque nos tempos que correm tenho trabalho e saúde e por isso ergo as mãozinhas ao céu e agradeço]